“Olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, sem se importar com a vergonha, e agora está sentado à direita do trono de Deus.” (Hebreus 12:2 — NAA)
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Imagem gerada por AI |
Após apresentar a famosa galeria dos heróis da fé em Hebreus 11, o autor da carta conclama seus leitores a correrem com perseverança a corrida cristã, inspirados por essa "grande nuvem de testemunhas". Mas, acima de todos os exemplos de fé, ele nos aponta para o maior de todos: Jesus Cristo. O versículo 2 do capítulo 12 nos convida a manter os olhos fixos naquele que é o “Autor e Consumador” da fé.
Destaco que o texto afirma que Jesus “suportou a cruz, sem se importar com a vergonha”. Essa expressão, rica em significado, aparece em outras traduções como “desprezando a afronta” (ACF) ou “desprezando a desonra” (BKJV). O termo grego traduzido aqui como “vergonha” é aischuné (Strong 152), e carrega o sentido de vergonha profunda, desonra, humilhação e ignomínia.
Jesus, mesmo diante de uma morte pública, brutal e considerada extremamente vergonhosa na cultura de sua época — reservada aos criminosos mais vis —, não permitiu que a vergonha da cruz o impedisse de obedecer ao plano do Pai. Ele suportou tudo com os olhos voltados para a alegria futura: a salvação dos que creriam e a glória de estar assentado à direita de Deus. O escárnio dos homens não foi suficiente para fazê-lo recuar. A cruz não era apenas um instrumento de tortura, mas também de humilhação. Ainda assim, Jesus enfrentou tudo com coragem e fidelidade, por amor.
Hoje, no entanto, vivemos dias em que muitos se envergonham de Jesus. Há quem prefira manter sua fé oculta, como se fosse possível seguir a Cristo em segredo. Carregar uma Bíblia, orar em público, agir com valores cristãos em ambientes escolares ou profissionais — tudo isso, para alguns, se tornou motivo de embaraço. Para evitar a vergonha de se identificar com o Salvador, criaram uma versão “socialmente aceitável” de Jesus: sem cruz, sem renúncia, sem confronto com o pecado. Uma religião palatável, mas vazia de poder.
Contudo, os verdadeiros heróis da fé, como os mencionados em Hebreus 11, não se envergonharam de Deus. Pelo contrário, enfrentaram zombarias, perseguições e até a morte, certos de que havia uma pátria superior à sua espera. Da mesma forma, Jesus, nosso modelo perfeito, desprezou a vergonha da cruz e completou sua missão com fidelidade.
Segui-lo implica também não nos envergonharmos Dele. Somos desafiados a viver nossa fé de modo público, sincero e destemido, mesmo que isso nos custe zombarias ou rejeição. O mundo pode considerar a mensagem da cruz uma loucura, mas para nós, é o poder de Deus (1 Coríntios 1:18).
Aplicação:
Você tem vivido sua fé de maneira visível ou tem agido como um “cristão oculto”? Tem se envergonhado de Cristo ou declarado com ousadia a sua identidade n’Ele? Lembre-se: se o nosso Salvador não se envergonhou da cruz, também não devemos nos envergonhar Dele diante dos homens.
Oração:
Querido Pai Celestial, obrigado por Jesus, autor e consumador da fé, suportar a cruz por amor a mim. Dá-me coragem para expressar minha fé de forma pública, sem jamais me envergonhar do evangelho, mesmo diante dos obstáculos, rejeições e pressões do mundo. Que eu possa seguir o exemplo do Salvador com ousadia, considerando qualquer humilhação como nada em comparação com a alegria de te servir e com a esperança que nos está prometida. Em nome de Jesus, amém.
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