“O homem é como um sopro; os seus dias, como a sombra que passa.” (Salmos 144:4 — ARA)
Imagem gerada por AI |
Pr. Cleber Montes Moreira
Não sei se verei os dias que desejo,
Nem quantos deles ainda tenho;
Se posso ou não contá-los nos dedos,
É segredo que Deus não quis revelar.
Ver o filho crescer,
Formar-se, casar e dar-me netos;
Ver a plantação florescer
E seus belos frutos colher,
É segredo que Ele não quis revelar.
A árvore que não plantei,
A casa que não edifiquei,
A viagem que nunca fiz,
O livro que não escrevi…
O tempo é como o vento,
E o presente num sopro a passar.
A criança que não adotei,
Um anseio que se foi entre os dedos.
Tantos desejos que se esvaem,
E os dias como um conto ligeiro.
Projetos inacabados,
Promessas não cumpridas,
Esperanças adiadas…
Se ainda as verei realizadas,
Só Deus sabe; Ele não quis revelar.
Muitos amigos já se foram,
Por caminhos eternos distintos,
Para a vida ou para a morte;
Cada um escolheu seu destino.
E no fim, a velhice…
Se chego lá, como será?
Na companhia dos meus,
Ou sem os cuidados seus,
É certo que Deus estará lá.
Sendo a vida tão efêmera,
Devemos sobre ela pensar;
Aqui estamos de passagem,
A Terra não é nosso lar.
Cajati (SP), em 20 de dezembro de 2024
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