Prisioneiros do pecado ou livres em Cristo? A ilusão da autonomia sem Deus
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“E andarei em liberdade; pois busco os teus preceitos.” (Salmos 119:45)
Certa pessoa, logo após romper um relacionamento amoroso, postou em seu perfil numa rede social: “Solteira sim, pronta para curtir o que a vida tem de melhor: A LIBERDADE.” Ao ler a frase, fiquei pensando sobre quais conceitos as pessoas têm sobre liberdade.
Para alguns, liberdade é fazer o que quiser, aproveitar todos os prazeres da vida, ter tudo o que o dinheiro pode comprar, é ter e fazer tudo o que dá satisfação. Há quem confunda liberdade com libertinagem, extrapolando os limites do amor, do respeito, das boas relações e interferindo na liberdade do próximo.
Há jovens que não querem relacionamentos sérios, pois querem a liberdade para ficar com quem quiserem, quando quiserem, enquanto quiserem. Outros participam de manifestações em favor da descriminalização das drogas, pois entendem que na liberdade podem fazer uso de qualquer substância que queiram utilizar. Em nome da liberdade da mulher para fazer o que quiser com seu corpo, muitos defendem o aborto. Há movimentos sociais formados por pessoas que acreditam ser livres para invadir propriedades alheias e depredar patrimônios públicos e/ou privados. Para estes e outros, liberdade é fazer o que quiser, quando quiser, sem limites e sem repressão.
Foi esse falso conceito sobre liberdade que levou o filho pródigo a pedir sua parte da herança e sair de casa, para longe da vista de seu pai, vivendo dissolutamente. Ele julgava estar aproveitando a vida, mas acabou na miséria. Para gente assim, vale a pergunta: O que adianta ganhar o mundo todo, “aproveitar” a vida e todos os seus prazeres, ter toda a “liberdade” para viver como quiser e perder a sua alma? (Marcos 8:36).
A vaidade humana faz com que haja uma falsa sensação de liberdade quando, na verdade, há escravidão.
“Bebo porque gosto. Quando quiser parar, eu paro”, dizia um famoso ex-jogador de futebol, negando o vício que abreviou sua vida. A música “Maneiras”, interpretada por Zeca Pagodinho, é considerada por muitos um hino à liberdade individual e à autenticidade. Sua letra diz: “Se eu quiser fumar, eu fumo. Se eu quiser beber, eu bebo. Eu pago tudo que eu consumo com suor do meu emprego…” Há muita gente gastando o seu dinheiro naquilo que não é pão, tentando deixar seus vícios, mas incapazes de fazê-lo. E tudo começou com a liberdade do primeiro trago, do primeiro gole, da primeira experiência… Gente assim é prisioneira de uma falsa liberdade. Pensam que são livres, mas são escravas do que fazem, do que pensam e do que acreditam. São escravas do pecado!
Os judeus pensavam que por serem descendentes de Abraão eram livres, mas não eram (João 8:33-34). Além dos cativeiros passados, naquele tempo estavam sob o domínio de Roma e esperavam um messias político para libertá-los. Além do mais, estavam escravizados por aquilo em que a religião judaica havia se transformado: uma religião legalista, opressora, punitiva e sem promessa de esperança! Mesmo os líderes religiosos não produziam “frutos dignos de arrependimento”, ou seja, viviam como ímpios (Mateus 3:8).
Em que consiste a liberdade? Robert W. Youngs explicou assim: “Eu tenho na minha mesa uma corda de violino. Ela está livre. Eu torço uma extremidade e ela se mexe. Ela está livre. Mas, ela não está livre para fazer o que uma corda de violino deveria fazer — produzir música. Então eu a tomo, coloco no meu violino, e a aperto até que fique esticada. Só então é que ela está livre para ser uma corda de violino. Da mesma forma, somos livres quando nossas vidas estão sem compromisso, mas não para sermos o que fomos destinados a ser. A verdadeira liberdade não é liberdade de algo, mas liberdade para ser algo.” E, segundo a Bíblia, somos livres quando nos tornamos exatamente aquilo que Deus quer que sejamos! (Leia João 8:34-36).
Mais uma vez, enfatizo: Liberdade não é ser, viver e fazer o que se quer, mas ser o que Deus quer que sejamos, segundo o propósito para o qual Ele nos criou.
A liberdade é uma questão de escolha. Você é livre para continuar prisioneiro do pecado ou para sair desta prisão de morte. A liberdade é oferecida por Cristo, e a escolha é sua. Como disse Donald Bloesch: “O presídio foi rendido, e as portas foram abertas, mas, a não ser que saiamos das nossas celas para entrar na luz da liberdade, permaneceremos de fato sem libertação.” Pense nisso!
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