Generosidade em Tempos de Egoísmo: Um Chamado à Prática Cristã | A Palavra
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quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Generosidade em Tempos de Egoísmo: Um Chamado à Prática Cristã

Cristianismo prático: Reflexões sobre a generosidade e o amor sacrificial

Generosidade
Imagem: Pixabay
Pr. Cleber Montes Moreira

“A alma generosa prosperará, e quem dá a beber será dessedentado.”
(Provérbios 11:25 ARA)

Um youtuber, disfarçado de mendigo, aproximou-se de uma casa e bateu à porta pedindo algo para comer. A moradora, ao atendê-lo, explicou que estava ocupada preparando o almoço para o filho, que logo chegaria da escola, e para o marido, que estava no trabalho. No entanto, sem hesitar, entrou rapidamente na cozinha, preparou um prato de comida e o entregou ao “mendigo”, junto com um copo de suco. Comovido pela generosidade dela, o “mendigo” agradeceu e perguntou quanto deveria pagar. Surpresa com a pergunta, a mulher respondeu que não custava nada, pois era um gesto de coração. Foi então que o youtuber revelou sua verdadeira identidade e, como forma de recompensá-la por sua bondade, presenteou-a com uma quantia generosa em dinheiro.

Vivemos em uma época onde o amor desmedido por si mesmo impera. O apóstolo Paulo previu isso ao descrever os últimos dias como tempos difíceis, caracterizados por pessoas “amantes de si mesmas” (2 Timóteo 3:2). Esse egoísmo evidente se manifesta no isolacionismo e nas ações pecaminosas voltadas apenas para os interesses próprios, frequentemente em detrimento dos outros. Em meio a essa realidade, a generosidade está desaparecendo. Muitos querem ser abençoados, mas poucos estão dispostos a abençoar. Querem receber, mas evitam dar; anseiam por benefícios, mas resistem ao sacrifício de ajudar quem precisa.

O Comentário de A. R. Fausset nos dá uma visão clara da “alma generosa” ao descrevê-la como “a alma dos bem-aventurados — isto é, a alma que abençoa os outros.” Generosidade implica um desejo genuíno de beneficiar os outros, muitas vezes à custa de algo que nos é valioso. Essa disposição reflete o amor sacrificial exemplificado nas Escrituras.

O Dicionário Online da Língua Portuguesa (DICIO) define “generoso” como aquele que é “capaz de deixar de lado os seus próprios interesses para ajudar outra pessoa”. Na Bíblia, encontramos muitos relatos de pessoas que fizeram exatamente isso. Abraão, por exemplo, ao lidar com a disputa entre seus pastores e os de Ló, seu sobrinho, não hesitou em dar a ele a preferência para escolher a terra em que desejava habitar. Esse ato sacrificial demonstra que ele escolheu ser generoso em vez de pensar em seu próprio benefício (Gênesis 13:8-9). Da mesma forma, em 2 Coríntios 8:5, os cristãos da Macedônia nos oferecem um belo exemplo de generosidade, ao se entregarem primeiramente ao Senhor e, depois, aos outros, superando suas dificuldades financeiras. A verdadeira generosidade vai além das palavras — ela é prática, envolve renúncia e entrega pessoal; mesmo quando temos primazia, escolhemos servir e honrar o outro (Mateus 20:28).

O verdadeiro amor, segundo Paulo, “não busca os seus interesses” (1 Coríntios 13:5). E, em sua carta aos Filipenses, ele exorta: “Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros” (Filipenses 2:4). No entanto, é assim que os cristãos de hoje estão vivendo? Estão realmente dispostos a abrir mão de algo por amor ao próximo? São capazes de colocar em prática o ensino de Paulo, olhando para além de suas próprias necessidades e desejos? Ou será que estão absorvidos em uma vida que gira exclusivamente em torno de seus próprios interesses?

O versículo de Provérbios nos ensina uma lei poderosa: “Quem dá a beber será dessedentado” (Provérbios 11:25, ARA). Esse princípio divino, embora não deva ser usado como uma fórmula para barganha, nos lembra da lei da semeadura e da colheita — o que plantamos, certamente colheremos. Jesus reforça essa verdade em Mateus 5:7: “Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia.”

Ao refletirmos sobre a generosidade, somos levados a contemplar a imensa generosidade de nosso Pai celestial, que nos deu Seu próprio Filho para nos salvar. Sua bondade e compaixão são nossa maior inspiração e motivação para abençoar os outros. Assim como Ele é generoso conosco, somos chamados a estender essa generosidade ao próximo, não apenas em palavras, mas em ações concretas que revelem o amor de Cristo.

Que possamos, então, cultivar uma alma generosa, que prospera não pelos próprios méritos, mas pela disposição de ser uma fonte de bênção aos que têm sede. Em um mundo cada vez mais voltado para si, que a nossa generosidade resplandeça como luz, apontando para a bondade de Deus e atraindo outros à Fonte de toda a graça.


Cajati (SP), em 14 de novembro de 2024

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