O desafio de enfrentar divisões e promover a harmonia na igreja
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“Estas seis coisas o Senhor odeia, e a sétima a sua alma abomina: Olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, o coração que maquina pensamentos perversos, pés que se apressam a correr para o mal, a testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos.” (Provérbios 6:16-19 — grifo do autor).
A Bíblia nos adverte de forma clara sobre os perigos daqueles que semeiam discórdia entre o povo de Deus. Esses indivíduos, muitas vezes movidos por ambições pessoais, inveja ou ressentimentos ocultos, trazem grande prejuízo à unidade da igreja, comprometendo o testemunho cristão e desviando-a de sua verdadeira missão. O exemplo de Absalão, que manipulou o povo de Israel contra o rei Davi, ilustra como a discórdia pode surgir de forma sorrateira, ganhando força através de atitudes aparentemente benignas, mas que na realidade têm um propósito destrutivo. Absalão “furtava o coração dos homens” com palavras agradáveis, mas seu objetivo era a rebelião (2 Samuel 15:5-6).
De forma semelhante, Coré, Datã e Abirão, ao desafiarem a autoridade de Moisés, não estavam apenas se opondo a um líder humano, mas desafiando ao próprio Deus. Sua rebelião resultou em um juízo severo (Números 16:31-32), mostrando que Deus não tolera aqueles que promovem desunião no meio de Seu povo. Na igreja primitiva, Diótrefes também agiu de forma autoritária e divisiva, rejeitando a autoridade apostólica e criando uma atmosfera de hostilidade (3 João 1:9-10).
Muitas vezes, os semeadores de discórdia se apresentam como preocupados com o bem da igreja, travestindo suas intenções malignas de zelo espiritual. Eles podem se esconder atrás de uma máscara de preocupação religiosa, distorcendo a verdade e enganando os incautos com palavras suaves e lisonjas (Romanos 16:17 e 18).
As táticas desses indivíduos podem ser sutis, mas são devastadoras. A fofoca, por exemplo, é uma arma poderosa que separa até os maiores amigos (Provérbios 16:28). Críticas destrutivas, em vez de ajudar no crescimento, destroem a confiança e enfraquecem a liderança. Além disso, muitos manipulam as emoções alheias, apelando para sentimentos de injustiça ou mágoa, criando um ambiente de suspeita e divisão.
As consequências da discórdia dentro da igreja são graves. Quando o amor que deveria caracterizar os discípulos de Cristo é obscurecido por contendas, o testemunho cristão é enfraquecido (João 13:35). A discórdia também desvia a igreja de seu propósito principal: edificação mútua e evangelização. Quando os crentes estão ocupados em disputas internas, o crescimento espiritual e a obra de Deus sofrem (Efésios 4:11-16). Além disso, irmãos mais fracos na fé podem ser feridos, desanimados e até levados a se afastar da igreja (1 Coríntios 8:12).
Portanto, é vital que o povo de Deus tenha discernimento para identificar aqueles que promovem dissensões (Romanos 16:17-18). Quando esses indivíduos são identificados, a correção deve ser feita de acordo com os princípios bíblicos (Mateus 18:15-17), sempre com mansidão, pois o objetivo é restaurar e não destruir (Gálatas 6:1). Contudo, se houver resistência à disciplina, o afastamento torna-se necessário para proteger o rebanho (Tito 3:10-11).
Aqueles que semeiam discórdia, no fundo, não servem a Cristo, mas a seus próprios interesses. Conscientes ou não, eles agem como instrumentos do inimigo, cujo objetivo é dividir e enfraquecer a igreja de Cristo (Efésios 6:11-12). Por isso, a igreja precisa estar sempre alerta e preparada para combater essas influências destrutivas.
Em contraste, somos chamados a ser promotores da paz. Este espírito pacificador é uma marca distintiva dos filhos de Deus (Mateus 5:9). Manter a unidade do Espírito requer um esforço constante, sabedoria e humildade (Efésios 4:3). O ideal a ser buscado é este: “Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer” (1 Coríntios 1:10).
Os promotores da paz agem como “bombeiros espirituais”, sempre prontos a apagar as chamas da discórdia antes que se espalhem. Eles usam de sabedoria para resolver conflitos, buscando a paz que vem do alto (Tiago 3:17-18). Suas palavras são sempre edificantes e voltadas para o bem comum (Efésios 4:29), e eles estão prontos a perdoar e promover a reconciliação entre os irmãos (Colossenses 3:13, Mateus 5:23-24).
Finalmente, os crentes maduros devem trabalhar pela unidade da igreja e, com amor e cuidado, procurar ajudar os mais fracos e buscar restaurar aqueles cujo comportamento se afasta do ideal cristão (Gálatas 6:1-2). A paz no seio da igreja é um reflexo da obra do Espírito em nós, e cabe a cada um de nós cultivar essa paz e resistir às forças da discórdia que tentam dividir o corpo de Cristo. Pense nisso!
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