Entre a Fé Genuína e a Religiosidade Vazia: Preciosas lições da Parábola dos Dois Filhos | A Palavra
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segunda-feira, 2 de setembro de 2024

Entre a Fé Genuína e a Religiosidade Vazia: Preciosas lições da Parábola dos Dois Filhos

Hipocrisia versus fé genuína: O contraste entre a fé professada e a vida digna do evangelho

Bíblia
Imagem gerada por AI

Pr. Cleber Montes Moreira

“Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram-lhe eles: O primeiro. Disse-lhes Jesus: Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus.”
(Mateus 21:31).

A parábola dos dois filhos, contada por Jesus em Mateus 21:28-32, expõe claramente a hipocrisia dos líderes religiosos de sua época e, ao mesmo tempo, nos convida a refletir sobre a nossa própria postura diante de Deus. Quando questionado sobre sua autoridade, o Senhor usou essa parábola para revelar a diferença entre uma fé genuína e uma religiosidade vazia.

Na história, um pai convida seus dois filhos a trabalharem na vinha. O primeiro filho, que inicialmente recusa, porém mais tarde se arrepende e vai, representa aqueles que eram considerados os piores pecadores na sociedade judaica do tempo de Jesus, como os cobradores de impostos e as meretrizes. Eles disseram “não” a Deus com suas vidas, mas, ao ouvirem a mensagem de arrependimento e redenção, mudaram de atitude e obedeceram ao chamado divino. O segundo filho, por outro lado, prontamente diz “sim” ao pai, mas não cumpre o que prometeu. Ele simboliza a liderança religiosa da época — os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo — que professavam devoção a Deus, mas falhavam em obedecer verdadeiramente. Vale destacar que o chamado foi o mesmo, mas as respostas foram diferentes.

Ao final da parábola, Jesus faz uma pergunta simples, mas que expõe a hipocrisia daqueles religiosos: “Qual dos dois fez a vontade do pai?” A resposta foi imediata: “O primeiro.” Sem perceber, eles reconheceram sua própria falha em obedecer a Deus, enquanto julgavam os “pecadores” como indignos.

Engana-se quem pensa estar salvo, ou pelo menos mais perto do Reino de Deus, apenas por seguir uma tradição religiosa e realizar certas “boas obras”, ao contrário daqueles que julgamos “os piores pecadores” — e poderíamos fazer uma lista deles sem, no entanto, incluir aqueles cuja espiritualidade é uma farsa. Somos peritos em apontar o dedo para os “pecadores”, mas raramente nos incluímos entre eles.

Jesus afirmou que “os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus” (v. 31). Isso nos mostra o contraste entre o verdadeiro arrependimento e a encenação de uma vida de piedade. Aquele que reconhece seu pecado está mais próximo da conversão, pois está livre do orgulho e do sentimento de autossuficiência típicos da religiosidade hipócrita. É por isso que, muitas vezes, é mais fácil para alguém reconhecidamente pecador voltar-se para Deus do que para um religioso orgulhoso.

Esta parábola também nos lembra que ninguém está além do alcance da graça divina. Paulo, outrora perseguidor da igreja, tornou-se obediente a Deus após sua conversão, servindo como exemplo da oportunidade de redenção oferecida (Atos 9:1-22; 1 Timóteo 1:15-16). A oferta de salvação é estendida a todos, inclusive aos religiosos hipócritas.

Finalmente, esta parábola nos desafia a examinar nossa própria vida e a refletir sobre a autenticidade de nossa fé. Será que estamos apenas dizendo “sim” a Deus com nossos lábios enquanto nossos corações estão longe dele? Qual filho da parábola nos representa? A verdadeira religião vai além das palavras e se manifesta numa vida de obediência, digna do evangelho. Que possamos estar diante de Deus com um coração sincero e contrito, sempre dispostos a fazer Sua vontade. Pense nisso!

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