Crescendo na Oração: De Crianças Teimosas a Filhos Maduros | A Palavra
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quarta-feira, 4 de setembro de 2024

Crescendo na Oração: De Crianças Teimosas a Filhos Maduros

De Birras Espirituais à Sujeição: A Oração que Move o Coração

Pirraça no Shopping
Imagem gerada por AI

Pr. Cleber Moreira

“Então se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está no céu, dará coisas boas aos que lhe pedirem?” (Mateus 7:11 — BKJF)

Em meio ao movimento do shopping, Júlia e seu filho caminhavam tranquilamente, até que um brinquedo despertou a atenção do pequeno. Quando a mãe recusou a compra, o menino armou um verdadeiro espetáculo: lágrimas rolavam, o corpo se jogava ao chão, e seus gritos ecoavam pelos corredores.

Imperturbável, Júlia sentou-se em um banco próximo e observou o drama se desenrolar. Olhares curiosos e de reprovação eram lançados em sua direção, mas ela permaneceu serena. Gradualmente, como uma nuvem de verão que se dissipa, a fúria da criança se desfez. Apesar do espetáculo, a birra do filho não moveu o coração firme da mãe.

Pais conscientes sabem o que é melhor para seus filhos, entendem o que devem dar e o que devem negar, bem como o momento certo de fazê-lo.

Uma frase muito comum no meio evangélico é: “A oração move a mão de Deus”. Cheguei a ler em um site religioso que “a oração move a mão de Deus e o mundo espiritual a nosso favor”. Isso sugere que nossa vontade prevalece sobre a de Deus, ou pior, que Ele está a nosso serviço, pronto para realizar nossos desejos. Muitos, como o menino no shopping, fazem “pirraça” em suas orações, esperando que Deus se renda a seus caprichos, no entanto Ele se mantém sereno e imperturbável.

Precisamos abandonar essa atitude infantil e amadurecer espiritualmente. Uma declaração de Paulo, tomada de outro contexto, tem um princípio que deve nos motivar a buscar a maturidade: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino” (1 Coríntios 13:11). Fazer “birra” por desejos não realizados é coisa de criança; porém, somos chamados a viver com maturidade.

Se nós, pecadores, sabemos dar boas coisas aos nossos filhos e entendemos quando dizer “não” para o bem deles, quanto mais o nosso Pai celestial (Mateus 7:11). Cabe a nós confiarmos plenamente que Sua vontade é sempre a melhor para nós, assim como o momento certo para as respostas às nossas orações. Nossa vontade é que deve estar sujeita à boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Romanos 12:2), e não o contrário.

Chegou a hora de orarmos, não para “mover a mão de Deus”, mas para que Deus mova os nossos corações. Pense nisso!

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