De Birras Espirituais à Sujeição: A Oração que Move o Coração
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“Então se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está no céu, dará coisas boas aos que lhe pedirem?” (Mateus 7:11 — BKJF)
Em meio ao movimento do shopping, Júlia e seu filho caminhavam tranquilamente, até que um brinquedo despertou a atenção do pequeno. Quando a mãe recusou a compra, o menino armou um verdadeiro espetáculo: lágrimas rolavam, o corpo se jogava ao chão, e seus gritos ecoavam pelos corredores.
Imperturbável, Júlia sentou-se em um banco próximo e observou o drama se desenrolar. Olhares curiosos e de reprovação eram lançados em sua direção, mas ela permaneceu serena. Gradualmente, como uma nuvem de verão que se dissipa, a fúria da criança se desfez. Apesar do espetáculo, a birra do filho não moveu o coração firme da mãe.
Pais conscientes sabem o que é melhor para seus filhos, entendem o que devem dar e o que devem negar, bem como o momento certo de fazê-lo.
Uma frase muito comum no meio evangélico é: “A oração move a mão de Deus”. Cheguei a ler em um site religioso que “a oração move a mão de Deus e o mundo espiritual a nosso favor”. Isso sugere que nossa vontade prevalece sobre a de Deus, ou pior, que Ele está a nosso serviço, pronto para realizar nossos desejos. Muitos, como o menino no shopping, fazem “pirraça” em suas orações, esperando que Deus se renda a seus caprichos, no entanto Ele se mantém sereno e imperturbável.
Precisamos abandonar essa atitude infantil e amadurecer espiritualmente. Uma declaração de Paulo, tomada de outro contexto, tem um princípio que deve nos motivar a buscar a maturidade: “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino” (1 Coríntios 13:11). Fazer “birra” por desejos não realizados é coisa de criança; porém, somos chamados a viver com maturidade.
Se nós, pecadores, sabemos dar boas coisas aos nossos filhos e entendemos quando dizer “não” para o bem deles, quanto mais o nosso Pai celestial (Mateus 7:11). Cabe a nós confiarmos plenamente que Sua vontade é sempre a melhor para nós, assim como o momento certo para as respostas às nossas orações. Nossa vontade é que deve estar sujeita à boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Romanos 12:2), e não o contrário.
Chegou a hora de orarmos, não para “mover a mão de Deus”, mas para que Deus mova os nossos corações. Pense nisso!
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