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sexta-feira, 19 de julho de 2024

A igreja certa

Qual é a Igreja Certa para Pertencer? Expectativas Humanas e a Realidade Bíblica

igreja certa versus igreja errada
Imagem: Freepik
Pr. Cleber Montes Moreira

“De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas.”
(Atos 2:41 — grifo do autor)

Durante uma conversa com um casal, que ocorreu durante um encontro de musicalização no templo de nossa igreja, do qual o filho participava, afirmei que eles deveriam trazer o menino aos cultos. A resposta da mulher foi: “A gente tem que ver qual é a igreja certa”. Num ímpeto, perguntei se, por acaso, esta era a igreja errada. O casal, ex-membros da igreja, informou que está visitando diferentes igrejas e ainda não encontrou o lugar ideal.

O que significa “igreja certa”? Creio que, para a maioria, isso está relacionado às expectativas pessoais e ao que a igreja oferece para atendê-las.

Em certa ocasião, conversava com uma irmã de uma igreja por onde passei. Ela frequentava pouco a sede e morava ao lado de uma de nossas congregações. Sugeri que ela frequentasse ali, pois poderia contribuir com o trabalho. No entanto, ela respondeu que não, pois lá não havia boa música e a congregação tinha pouco a oferecer. Existem pessoas que desejam apenas receber e nunca colaborar; preferem encontrar tudo pronto, em vez de ajudar a construir.

Em João, capítulo 6, vemos uma multidão seguindo Jesus por causa dos pães e peixes multiplicados. Eram seguidores incrédulos e interesseiros. Quando o Senhor lhes oferece o Pão da Vida, a situação muda, e já não há mais interesse em andar com Ele, ficando apenas os doze (João 6:66). Agora Jesus não era mais o homem certo, aquele que antes queriam fazer rei (João 6:15-17).

Geralmente, a “igreja certa” é a que oferece o que a pessoa precisa no momento. Essa é a lógica do incrédulo. Ele não compreende que aqueles que comeram do maná no deserto morreram; que aqueles que comeram dos pães e peixes multiplicados pelo Senhor também morreram; mas que Jesus é o Pão vivo que desceu do céu e dá vida ao mundo (João 6:31-35).

Em Atos 2, agregaram-se à igreja “os que de bom grado receberam a sua palavra” (Atos 2:41). Eles não foram atraídos por falsas promessas, nem mantiveram motivações equivocadas. Creram na Palavra da Verdade pela qual foram regenerados, foram batizados e, com os demais irmãos, “perseveravam na doutrina dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão e nas orações” (v. 42). Eles não perguntaram se aquela era a “igreja certa” porque não estavam movidos por uma visão ou interesses humanos, mas porque creram verdadeiramente no evangelho e foram feitos filhos de Deus (João 1:12).

A “igreja certa” não é aquela que contempla os anseios e caprichos humanos, que se molda para atrair pessoas. É aquela que proclama a Palavra da Verdade, pela qual o salvo é gerado, santificado e capacitado para servir. Não é aquela que tem mais a oferecer aos “clientes”, mas um corpo local de crentes que perseveram na doutrina, na comunhão, e cooperam oferecendo seu trabalho para a edificação mútua e crescimento.

A “igreja certa” é aquela que, apesar de suas imperfeições — porque seus membros são humanos e imperfeitos —, está centrada em Cristo e se orienta por Sua Palavra, e não pelo conceito secular do que é a “igreja certa”. Pense nisso!

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