Da Antiga à Nova Aliança: Celebrando Cristo, a Nossa Páscoa
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“…Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós.” (1 Coríntios 5:7)
Os judeus celebram a Páscoa, segundo suas tradições. Em várias partes do mundo, outra “Páscoa” é celebrada com coelhos, ovos de chocolate, presentes e outras coisas que fomentam o comércio. Mas, que “Páscoa” é essa que não encontramos na Bíblia? E os cristãos, o que celebram?
1. Páscoa, o início: O Êxodo do Egito (Êxodo 12-14)
A história da Páscoa inicia com a libertação do povo de Israel da escravidão no Egito. Deus instruiu Moisés a ordenar que cada família israelita sacrificasse um cordeiro sem defeito e marcasse suas portas com o sangue do animal. O anjo da morte passaria pelas casas, mas ao ver o sangue, “passaria por cima” (Êxodo 12:27). Essa noite ficou conhecida como a “Páscoa” (em hebraico, “Pessach”), que significa “passagem”. A Páscoa se tornou um memorial anual da libertação do povo e da poderosa intervenção de Deus.
2. A Celebração anual da Páscoa pelos judeus (Êxodo 13:3-10; Deuteronômio 16:1-8; Números 9:1-14)
A Páscoa era uma das festas mais importantes do calendário judaico. A celebração durava sete dias e incluía:
(1) Sacrifício do cordeiro pascal:
O cordeiro era imolado no Templo em Jerusalém e seu sangue aspergido no altar.
(2) Ceia pascal:
Uma refeição especial era realizada em família, comendo cordeiro assado, pães ázimos e ervas amargas. Jesus celebrou a Páscoa com seus discípulos (Mateus 26:17-30).
(3) Narrativa da história do Êxodo:
A história da libertação do Egito era contada e relembrada pelas novas gerações.
(4) Festa e alegria:
A Páscoa era um tempo de grande alegria e celebração da liberdade e da proteção de Deus.
3. A Páscoa judaica apontava para Cristo, o Cordeiro de Deus (João 1:29, 1 Coríntios 5:7)
O cordeiro pascal sacrificado na Páscoa apontava para Jesus Cristo, o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:29). Jesus, como o cordeiro perfeito, foi “sacrificado” na cruz, uma vez e para sempre, morrendo em nosso lugar pelos nossos pecados.
A Páscoa judaica, como sombra de um evento futuro (Hebreus 10:1), ficou para trás, pois esse evento se cumpriu na pessoa de Jesus Cristo. Observemos que ao comer a Páscoa com os discípulos (Mateus 26:17-30), Jesus tira o foco da Páscoa judaica e o coloca sobre si e sua obra na cruz, e apresenta aos discípulos novos elementos que simbolizavam o seu sacrifício: O pão que representa o seu corpo, e o conteúdo do cálice representando seu sangue vertido na cruz (vv. 26-28). Como igreja não temos uma ordem para celebrarmos a Páscoa, mas sim para celebrarmos a Ceia do Senhor (Lucas 22:19,20; 1 Coríntios 11:24-26).
Ao contrário dos judeus que celebravam a Páscoa anualmente, sacrificando um cordeiro e cumprindo todos os rituais daquela celebração (Hebreus 10:3), os cristãos não devem fazê-lo, uma vez que “Cristo, nossa Páscoa” (1 Coríntios 5:7), o cordeiro perfeito providenciado por Deus, satisfez plenamente a justiça divina, não sendo possível que ele seja novamente dado em sacrifício, pois este foi único e eficaz (Hebreus 10:12). Agora nem cordeiro pascal sacrificado anualmente, nem mais holocaustos pelos pecados, porque enquanto aqueles sacrifícios eram insuficientes, Cristo se ofereceu uma única vez para tirar nossos pecados (Hebreus 9:28).
4. O que celebramos, afinal?
a) Não Celebramos a Páscoa Judaica:
Como cristãos, não celebramos a Páscoa judaica com seus rituais e costumes, pois reconhecemos que ela apontava para Cristo, e Ele já veio e foi sacrificado por nós, não havendo mais necessidade de outros sacrifícios;
b) Não Celebramos tradições sem Fundamento bíblico:
Também não celebramos a Páscoa da tradição com coelhos, ovos de chocolate etc. Porque, dentre outros motivos, ela corrompe o entendimento das pessoas, especialmente de nossas crianças, afastando-as da verdade bíblica por negar o evento do Êxodo, da celebração anual judaica e da cruz.
c) Celebramos Cristo, Nossa Páscoa (1 Coríntios 5:7):
Nossa Páscoa é Cristo! Celebramos a sua morte sacrificial na cruz e sua ressurreição pela qual Ele nos dá a vida eterna. E isso fazemos quando observamos a ordenança da Ceia do Senhor. Ao celebrá-la, recordamos que o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo foi entregue para morrer na cruz em nosso lugar, e anunciamos sua morte até que venha (1 Coríntios 11:26).
A páscoa era um evento histórico e símbolo do pacto entre Deus e Israel. A Ceia é o “novo testamento” (pacto, aliança), entre o Senhor e sua Igreja (Lucas 22:20; 1 Coríntios 11:25). Agora não mais cordeiros, mas o Cordeiro; não mais a páscoa, mas a Ceia do Senhor. Não vivemos mais nas “sombras” das coisas que viriam (Hebreus 10:1), mas na luz que já veio: Cristo! (João 1:4,9; 8:12; 12:46).
Para refletir
A Páscoa dos judeus tem importância histórica e religiosa para aquele povo, e também para nós como um evento que aponta para Cristo. A Páscoa da tradição tem importância para o comércio, pois fomenta as vendas e aumenta os lucros, mas é antibíblica e anticristã, não devendo ser celebrada por nós. Portanto, como discípulos de Jesus e orientados por Sua Palavra, celebramos a Ceia do Senhor, anunciando sua morte e ressurreição até que Ele venha.
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