A atualidade da advertência de Paulo sobre os “lobos cruéis” e o desafio contínuo de preservar as igrejas na sã doutrina
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“Porque eu sei isto que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não pouparão ao rebanho; e que de entre vós mesmos se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si.” (Atos 20:29,30)
O ministério de Paulo estava se encaminhando para o seu término, e ele expressou suas preocupações em relação às igrejas de Deus. Portanto, ele convocou os anciãos de Éfeso e fez recomendações para que vigiassem e pastoreassem dignamente o rebanho (v. 28). Nessa conversa, uma declaração de grande relevância foi proferida, merecendo especial atenção por parte das igrejas contemporâneas, sobretudo em tempos de apostasia da fé: após sua partida, “lobos cruéis” se infiltrariam entre o povo de Deus, não poupando o rebanho.
Paulo não tratava sobre os inimigos externos da igreja, mas sim sobre aqueles que, internamente e sob a aparência de líderes piedosos, disseminariam falsas doutrinas para abalar os fundamentos da fé. No Novo Testamento, diversas instâncias desse fenômeno são evidentes: os judaizantes, os gnósticos, os seguidores da doutrina de Balaão, os nicolaítas, os promotores dos ensinos de Jezabel, entre outros. Com atenção, percebemos que esses mesmos falsos ensinamentos persistem na atualidade, assim como novas heresias e falsas doutrinas são implantadas nas igrejas. Exemplos incluem a Teologia da Prosperidade, a Teologia Inclusiva, o evangelho triunfalista, uma variedade infinita de “unções”, novas “visões”, a religião coach, e outras coisas que Paulo condenaria ou rotularia como “outro evangelho” (Gálatas 1:6,8,9; 2 Coríntios 11:4).
É razoável supor que todo pastor comprometido com a verdade compartilhe da mesma preocupação do apóstolo. Já testemunhei igrejas bem orientadas, lideradas por homens fiéis e firmes doutrinariamente, que, após uma sucessão pastoral mal conduzida, passaram a acolher heresias destrutivas em doses homeopáticas, culminando em divisões ou completa apostasia da fé. Exemplos não faltam.
Não somente as igrejas locais têm sido impactadas por falsos ensinamentos, mas as estruturas das denominações históricas também têm sido infiltradas e abaladas por aqueles que buscam perverter o evangelho. Esses agentes não se limitam aos púlpitos, estendendo-se para seminários, ocupando cargos ou mesmo liderando organizações denominacionais, e estrategicamente ocupando espaço na mídia como influenciadores, entre outros.
Considerando que o apóstolo Paulo foi um zeloso defensor da verdade e enfrentou e orientou sobre a abordagem aos falsos profetas em seu ministério, é evidente que ele compreendia que os ataques visando perverter a fé não cessariam após sua partida. Seria negligente se não alertasse os líderes que ficariam. Assim como ele, todos nós que temos responsabilidade para com o povo de Deus também encerraremos a carreira (2 Timóteo 4:7). A questão crucial é: o que se seguirá? Temos orientado biblicamente e “vacinado” o rebanho? Como as igrejas reagirão às investidas dos falsos pastores? Os líderes que temos formado estão preparados para permanecer na “doutrina dos apóstolos”, enfrentar com firmeza e defender as ovelhas dos “lobos cruéis” com a mesma determinação? Essa precisa ser considerada uma urgente preocupação. Pense nisso!
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