O perdão como prática essencial na vida cristã e expressão da identidade espiritual
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“Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo” (Efésios 4:32).
O perdão é um tema recorrente nas Escrituras. Sua prática promove a cura de feridas emocionais e é exigida nos relacionamentos entre irmãos.
O verso 32 contrasta com o que é enumerado no verso 31: em vez de “amargura, ira, cólera, gritaria, blasfêmia e toda a malícia”, somos exortados a ser benignos, misericordiosos e a perdoar uns aos outros, sendo esta disposição distintiva da comunhão cristã. Somos uma família de pessoas perdoadas e exortadas a praticar o perdão.
Perdoar deve ser um ato intencional. Pode não ser fácil, mas é necessário para a saúde espiritual de cada membro e, consequentemente, de toda a igreja. Se o amor nos identifica como discípulos do Senhor (João 13:35), o perdão é também uma expressão de nossa identidade cristã.
Algumas pessoas que afirmam ter perdoado alguém, na realidade continuam ressentidas. Elas frequentemente reavivam o sentimento de mágoa, o que impede a cicatrização da ferida. Essa atitude causa maiores males ao ofendido do que ao ofensor e as torna culpadas diante de Deus. Um exemplo desse comportamento pode ser observado na parábola do servo incompassivo, que, após ter sua dívida perdoada pelo rei, recusa-se a perdoar seu próprio devedor (Mateus 18:21-35).
Outros dizem: “Eu já perdoei, mas não consigo conviver.” Certamente, a convivência nem sempre depende de nós, porém devemos observar aqui o mesmo princípio encontrado em Romanos 12:18: “Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens.” No que depender de nós, devemos não apenas “liberar alguém da dívida” que tem para conosco, mas estender a mão, buscar a reconciliação e selar a paz. Afinal, foi isso que Deus fez: Ele não apenas nos perdoou, mas nos reconciliou consigo por meio de Jesus Cristo (Romanos 5:10) e nos fez parte do seu povo — Ele nos perdoou de forma completa e incondicional, não com base em nossos méritos, mas em Sua graça. Quando reconhecemos o perdão divino, somos chamados a seguir esse exemplo e perdoar da mesma maneira. O perdão genuíno não é forçado; é uma expressão voluntária de amor e compaixão daquele que é guiado pelo Espírito Santo.
O perdão surge da nossa própria vivência do amor perdoador de Deus em Cristo, enquanto a insubmissão a Ele é a causa de seu oposto. Pense nisso!
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