Rasgando o coração: o chamado ao verdadeiro arrependimento em meio ao caos do pecado
Imagem: Freepik |
“E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao Senhor vosso Deus; porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal.” (Joel 2:13)
Joel descreve de forma vívida um quadro caótico composto de vários elementos que servem como um alerta sobre as consequências do pecado:
1. Uma praga de gafanhotos que devasta a terra, destruindo plantações e deixando o povo sem alimento (1:4-7);
2. A seca torna a terra estéril, dificultando a produção de alimentos e agravando a fome (1:10-13);
3. Ele profetiza sobre a guerra, quando inimigos invadirão a terra, destruindo cidades e trazendo morte (2:1-11);
4. A devastação natural e a guerra levam à fome, criando uma situação de privações e sofrimento, gerando desespero e angústia (1:16-20; 2:3-5);
5. O caos atingiu o campo, trazendo fome e sede às pessoas e aos animais, a seca transformou os pastos em deserto, e até o serviço do templo foi afetado (1:9,16-20).
Desde a desobediência no Jardim do Éden, o pecado tem causado destruição e levado a humanidade ao caos. Devemos nos questionar sobre a causa subjacente das guerras, da violência desenfreada, da existência das cracolândias, do tráfico humano, do crescente número de divórcios, da perversão sexual, do aumento de casos de suicídio, da corrupção em todas as áreas da sociedade, dos problemas ambientais, das enfermidades do corpo, da mente e da alma, e tantos outros males. Se quisermos uma resposta honesta, ela é: o pecado!
Hernandes Dias Lopes destaca: “Não é suficiente chorar pelas consequências de nosso pecado; devemos chorar pelo nosso pecado”1. De fato, muitas vezes choramos pelo que o pecado produz, mas ignoramos, intencionalmente ou não, que ele é a causa do caos e do sofrimento no mundo inteiro. Choramos pelos males causados pelo vício, mas não nos arrependemos do vício; choramos pelas más consequências de uma escolha errada, mas não nos arrependemos verdadeiramente daquela escolha. Não podemos esperar que nossos erros produzam o bem, mas apenas o mal. A lei da semeadura é atemporal e universal (Gálatas 6:7). O que a vida longe de Deus produz é o resultado dessa escolha. Quem não reconhecer o cerne do problema — o pecado — e não se arrepender verdadeiramente, continuará na prática de um viver que só acarretará males e sofrimentos, atraindo, por fim, o juízo de Deus.
O trabalho dos pregadores não deve consistir em apenas atrair pessoas para encherem templos, ou aumentar o número de membros de suas igrejas, muitas vezes levando pessoas às práticas religiosas, porém, sem a experiência real de salvação e intimidade com Deus. Joel tratou do problema, e não dos sintomas; ele convocou o povo não a uma prática externa, mas a um arrependimento genuíno: “E convertei-vos ao Senhor, vosso Deus…” (Joel 2:13). Não adianta pregar bênçãos sem antes chamar pecadores ao arrependimento.
O verdadeiro arrependimento produz uma profunda tristeza que é convertida em alegria, porque surge do reconhecimento sincero do estado pecaminoso e leva a uma mudança real do pensamento e da vida da pessoa (2 Coríntios 7:9). Essa mudança é fruto da obra do Espírito Santo, que convence o homem “do pecado, da justiça e do juízo” (João 16:8). É uma tristeza sincera, que dilacera o coração, e que o Senhor não despreza. O salmista declara: “A um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus” (Salmos 51:17).
Você já “rasgou” o seu coração? Somente pelo verdadeiro arrependimento o homem pode ter alegria e paz com Deus. Pense nisso!
__________________
1. Lopes, H. D. (2019). Joel: O profeta do Pentecostes. Comentário Bíblico Hagnos (p. 34). Edição Kindle.
Infelismente muitos lideres religiosos tem se esquecido de pregar o verdadeiro evangelio que ê do arrependimento, se importando somente e em ver os seus templo cheio de pessoas que não tem um encontro genuino com Jesus Cristo. Onde vemos igreja cheia de pessos e vazias da presença do Espirito Santo de Deus. Pessoas que vão à igreja não para cultuar e sim para ser cultuadas.
ResponderExcluir