Romanos 12:17: a ética cristã em um mundo adverso
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“Não retribuas a nenhum homem mal por mal; procurai as coisas honestas à vista de todos os homens.” (Romanos 12:17 — BKJF)
Ao fazer essa recomendação à igreja, é provável que Paulo estivesse complementando o pensamento do verso 14, onde lemos: “Abençoai aqueles que vos perseguem; abençoai e não amaldiçoeis.” No entanto, essa é uma exortação difícil de cumprir, pois quando alguém nos prejudica, instintivamente reagimos, se possível na mesma medida, e, se não o fazemos, pensamos em fazê-lo. Se o mal ocorre num contexto de ódio e perseguição contra a igreja, cumprir o ensinamento bíblico torna-se um desafio ainda maior, mas é exatamente isso que Deus requer de nós.
O salvo deve manter uma postura moral elevada, mesmo diante das adversidades. A recomendação de Paulo é um chamado à resistência contra o ciclo de retaliação e vingança, que muitas vezes só perpetua o mal. Em vez disso, somos incentivados a buscar o que é honesto e justo, independentemente das ações de outras pessoas. Isso ocorre porque nossa conduta deve ser guiada pela nossa integridade e pelos valores cristãos, não sendo moldada pelas ações negativas daqueles que não têm Cristo. Assim, em vez de sermos arrastados por eles para o abismo, oferecemos uma resposta adequada e capaz de inquietá-los.
Nossa vida honesta deve consistir num testemunho poderoso, “à vista de todos os homens”, para que eles conheçam o Cristo que habita em nós. Certamente, isso será uma poderosa mensagem capaz de despertar ainda mais o ódio ou, então, iluminar consciências e atrair pecadores para o Salvador. É certo que o Espírito Santo quer nos usar para esse santo propósito.
Romanos 12:17-21, está conectado com Provérbios 25:21,22, sendo o verso 20 uma citação deste: “Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe pão para comer; e se tiver sede, dá-lhe água para beber; porque assim amontoarás brasas sobre a sua cabeça, e o SENHOR te recompensará” (BKJF). Ao escolhermos o amor em vez da vingança, não apenas revelamos nossa natureza espiritual, mas também damos um passo em direção à paz, cumprindo a orientação do verso 18, que diz: “Se for possível, no que depender de vós, vivei em paz com todos os homens”. Como a paz nem sempre é possível, destaco “no que depender de vós”, em outras palavras, a iniciativa deve ser nossa, independentemente da disposição do outro. Entretanto, esse é um entendimento que alcançamos com a maturidade espiritual — crentes carnais muitas vezes agem por impulso.
Nosso padrão em tudo é Cristo, e Ele nos deu exemplo de como tratar aqueles que nos fazem o mal: “quando o injuriavam, não injuriava, e quando padecia não ameaçava, mas entregava-se àquele que julga justamente” (1 Pedro 2:23). Russell Norman Champlin nos lembra que “o Senhor Jesus, sob perseguição, fez um contraste notório com os homens comuns. Esse conceito cristão é justamente o contrário da atitude que prevalecia tanto no paganismo como entre os fariseus do judaísmo. Naturalmente, esse princípio tem sua devida aplicação na comunidade cristã igualmente, sendo uma verdade extremamente necessária.”
Tal Cristo, tal o cristão. Nisso reside a elevação da vida cristã. Pense nisso!
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