Lidando com os falsos ensinos na igreja | A Palavra
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terça-feira, 25 de julho de 2023

Lidando com os falsos ensinos na igreja

Tratando os desvios doutrinários: protegendo a integridade da igreja

Lobo em pede de ovelha
Imagem gerada por IA
Pr. Cleber Montes Moreira

“Todo aquele que prevarica, e não persevera na doutrina de Cristo, não tem a Deus. Quem persevera na doutrina de Cristo, esse tem tanto ao Pai como ao Filho.”
(2 João 1:9)

Passei por uma igreja em que havia um diácono que tinha o hábito de ir ao hospital local para orar pelos enfermos. Ele impunha as mãos sobre os doentes e decretava a cura em nome de Jesus. Ao ser informado sobre essa prática, tive que chamá-lo e corrigi-lo. Era um homem simples e bem-intencionado, mas imaturo. Como tal, acatou prontamente as orientações pastorais. Mas nem sempre é assim, porque alguns preferem rebelar-se a se curvarem à verdade.

Faz alguns anos, em minha cidade natal, uma jovem, membro de uma igreja batista, foi diagnosticada com um câncer em estágio avançado. Ela estava em tratamento médico quando membros de uma seita pentecostal convenceram-na de que “os batistas não têm poder”. Iludida, a família deixou sua igreja para se unir àquele grupo e logo a cura da jovem foi declarada, bem como orientada a não precisar mais se submeter ao tratamento médico. Não demorou muito, e a doença levou aquela jovem, para o desapontamento de sua família.

Aqueles que se consideram crentes, mas se desviam do evangelho genuíno, acabam compartilhando com outros um falso evangelho que lhes dá uma esperança ilusória: falsas curas, revelações enganosas (chamadas de “profetadas”), falso poder e até mesmo uma falsa salvação. O resultado disso é a decepção, pois o que é oferecido sob a embalagem do evangelho é, na verdade, uma falsificação barata e ineficaz, que não leva a uma vida com Deus.

É terrível que alguns que se desviam da fé tenham liberdade para agir livremente no meio das igrejas, levando outros crentes ao engano e causando tantos males. Geralmente, eles tendem a liderar outros, formando grupos que se reúnem em casas ou saem para “evangelizar”, orar ou realizar outras atividades que vão contra a doutrina e as práticas das igrejas saudáveis. Quando o pastor tem conhecimento disso e não age, ou ele compartilha da mesma visão errônea, ou está sendo irresponsável.

Um pastor relatou que em sua igreja uma irmã, professora da Escola Bíblica Dominical, começou a ensinar heresias sobre a doutrina do Espírito Santo. Diante da situação, ele teve que orientar a igreja e assumir o ensino em forma de classe única durante aquela série de estudos, afastando a irmã que não estava capacitada para aquele ofício. Ela também precisava aprender.

Entendo que aqueles que estão iludidos por uma falsa crença, desviados do evangelho genuíno, têm duas opções: ou se sentarem humildemente para aprender (porque não estão em condições de liderar nem ensinar), ou deixarem suas igrejas, para não causarem maiores problemas, e buscarem outro grupo com o qual se identifiquem. Infelizmente, muitos não agem assim e preferem impor suas convicções, causando tristezas, desapontamentos e até divisão nas igrejas.

João nos adverte: “Todo aquele que prevarica e não persevera na doutrina de Cristo não tem a Deus. Quem persevera na doutrina de Cristo, esse tem tanto o Pai como o Filho” (2 João 1:9). Na língua portuguesa, prevaricar significa “deixar de cumprir uma obrigação, um dever”. A palavra grega traduzida por “prevarica” significa, dentre outras coisas, “negligenciar, violar, transgredir; ir ao ponto de desviar-se de; abandonar a verdade”.

Um herege é aquele que descumpre a Palavra de Deus, omitindo ou extrapolando a doutrina, abandonando a verdade. No contexto de 1 João, o escritor está se referindo àqueles que negam que Jesus veio em carne (v. 7), mas, de forma geral, pode referir-se a qualquer um que profere um ensino falso. A conclusão que João nos apresenta sobre os hereges é que eles não têm a Deus, mas aquele que “persevera na doutrina de Cristo, esse tem tanto o Pai como o Filho”.

Um crente sincero, que esteja ensinando errado por ignorância ou má influência, necessita ser orientado. Ele não pode ensinar; primeiro deve aprender e crescer no conhecimento da Palavra de Deus. Já um membro rebelde, obstinado no erro, que deliberadamente insiste em contaminar a igreja com falsos ensinos, precisa ser desligado para evitar um mal maior. O correto é que as igrejas adotem critérios mais rígidos na escolha de pessoas para o ensino e a liderança em geral, evitando colocar novos crentes nessas posições, bem como avaliando melhor os demais. Também é preciso ter atenção aos movimentos e à formação de certos grupos em torno de pessoas que podem desviar outros da fé e causarem divisões. Aqueles que assim agem “não têm a Deus” e devem ser tratados como lobos, e não como ovelhas. Pense nisso!

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