Precisamos recobrar a prática da oração em sua essência e valor, com a mesma perseverança, ardor e unidade, tal como entre os primeiros cristãos
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“Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria mãe de Jesus, e com seus irmãos.” (Atos 1:14).
As orações faziam parte do cotidiano dos primeiros cristãos. Aqui temos, além desta confirmação, o relato de que aqueles que obedeceram à ordem do Senhor, para que permanecessem em Jerusalém até o cumprimento da promessa do derramamento do Espírito Santo, estavam unidos com os demais em oração por este objetivo.
O verbo grego traduzido por “perseveravam”, cujo significado é “participar constantemente”, indica uma ação contínua, persistente, feita com intenso esforço e apesar das dificuldades1. “Unanimemente” significa “com uma mente, por unanimidade”2. No texto vemos pessoas com uma mesma mente — a mente de Cristo —, movidas pelo mesmo ardor, unidas pela fé e praticando a oração com a mesma intenção.
Hodiernamente, para muitos a oração deixou de ser uma prática habitual para ser um grande desafio. A vida corrida, o cardápio de entretenimentos, o individualismo, a falsa sensação de segurança, o desânimo e outros fatores cooperam para o arrefecimento espiritual. E mesmo quando crentes se reúnem, se cada um é movido por interesses particulares, já não há unidade de pensamento nem de propósito que dão sentido às reuniões. É necessário, portanto, recobrar a prática da oração conforme vemos no texto, em sua essência e valor, com a mesma perseverança, ardor e unidade.
Tenhamos em mente que os grandes atos e manifestações de Deus no meio de seu povo geralmente são precedidos da oração. Em Atos 2 lemos que enquanto “estavam todos concordemente no mesmo lugar” (2:1), Deus derramou sobre eles o Espírito Santo, e foram cheios de poder para testemunhar. O resultado foi que “foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas”. A seguir o texto nos mostra que os novos salvos incorporaram o espírito de unidade e a prática dos primeiros, de modo que “perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações” (2:41,42). A unidade, a persistência e a prática daqueles irmãos deve ser um estímulo para nós.
Que para você, não obstante as dificuldades, o exercício da oração, tanto individual quanto com os demais crentes, não seja um peso indesejável, mas um prazer habitual no qual você persevere. Pense nisso!
1 Grego proskartereó: participar constantemente. https://bibliaportugues.com/greek/4342.htm
2 Grego homothumadon: com uma mente. https://bibliaportugues.com/greek/3661.htm
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