Até que a morte os separe | A Palavra
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terça-feira, 25 de outubro de 2022

Até que a morte os separe

Como cristãos que compreendem o ideal divino para o casamento, não podemos pensar a relação conjugal a partir da ótica de uma sociedade decadente

casal
Imagem: Unsplash
Pr. Cleber Montes Moreira

“Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.” (Mateus 19:6)

Anualmente acontece em Revere, a 8 quilômetros de Boston, o Festival Nacional de Escultura de Areia. São tartarugas, peixes, castelos enormes e outras construções admiráveis. Os escultores devem fazer seu trabalho sozinhos, e dispõem de apenas 30 horas, ao longo de quatro dias, para completar suas obras, tendo como material apenas areia e água da praia. Além da habilidade, os artistas têm que ter muito preparo físico para movimentar toneladas de areia.

Por mais imponentes que sejam aquelas obras de arte, sabemos elas duram muito pouco; logo com a ação do tempo, elas acabam ruindo, permanecendo apenas nas fotos e na memória dos turistas.

Há casais construindo 'casamentos de areia', que não resistirão às adversidades. Eles ruirão diante das dificuldades no relacionamento, da desconfiança, dos ciúmes, das fofocas, de intervenções externas, por causa do comportamento hedonista dos cônjuges, do conformismo com o padrão moral vigente na sociedade e outros fatores — como esculturas de areia, eles não têm consistência nem sustentação.

Vivemos na era dos relacionamentos descartáveis. Em 2021 ocorreram 80.573 divórcios no Brasil, um aumento de 4% em relação a 2020, batendo o recorde da série histórica iniciada em 2007.1 O divórcio, como Jesus nos ensinou, não é o propósito de Deus, mas fruto da “dureza do coração” humano dominado pelo pecado (Mateus 19:8). Há pessoas que se casam já pensando em “separar se não der certo”; que consideram o divórcio como solução e não como algo que deva ser evitado a todo custo; que não lutam pela manutenção do casamento porque têm uma mentalidade destoante da “mente de Cristo”. É verdade que há situações extremas, de abusos, de traições, de violência e risco de vida, quando a convivência se torna impossível por causa de um dos cônjuges, porém, como cristãos, compreendendo o ideal divino, não podemos pensar a relação conjugal a partir da ótica de uma sociedade decadente.

Deus uniu o homem e a mulher para que fossem “uma só carne”; para edificarem uma família e não um castelo de areia. Os votos matrimoniais devem ser votos eternos, e não circunstanciais. A frase “até que a morte os separe”, infelizmente já em desuso, deve ser tomada como bandeira de uma causa pela qual devemos dar a própria vida.

Ao afirmar “o que Deus ajuntou não o separe o homem”, Jesus nos ensinou que o casamento não é de origem humana, pois foi Deus quem o instituiu, e que o divórcio contraria o projeto divino. Você está disposto (a) a considerar este ensino como um princípio de vida imutável? Pense nisso!


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