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quarta-feira, 8 de junho de 2022

Igreja Menonita dos EUA aprova resolução permitindo que pastores celebrem uniões homoafetivas

Aquele que trabalha para revisar ou ressignificar as Escrituras para autorizar o pecado, além de encaminhar almas para o inferno, coloca-se debaixo de terrível condenação

LGBT
Imagem: Unsplash
Notícia comentada

Por Cleber Montes Moreira

Em sessão Especial da Assembleia de Delegados da Igreja Menonita dos EUA (MC EUA), de 27 a 30 de maio, foi aprovada, com placar apertado (267 sim, 212 não e 9 abstenções), uma resolução que aposenta as diretrizes para recepção de membros que antes proibiam os pastores de realizarem “casamentos” de pessoas do mesmo sexo.1 O documento intitulado “Uma Resolução para Arrependimento e Transformação”2, conclama a igreja ao “arrependimento pelos danos causados às pessoas LGBTQs”, bem como pede uma inclusão mais ampla dessas pessoas. Em seu primeiro parágrafo, lemos:

As políticas atuais da Igreja Menonita dos EUA violentam as pessoas LGBTQIA ao não afirmar suas identidades plenas concedidas por Deus e ao restringir sua participação plena na vida, ministérios e rituais da igreja em geral. A rejeição das pessoas LGBTQIA pelo MC USA silenciou e negou os chamados do ministério, dilacerou famílias, forçou os pais a escolher entre sua igreja e seus filhos e fez com que muitas pessoas LGBTQIA deixassem a igreja. Em alguns casos, a rejeição por parte de sua comunidade religiosa é um fator que faz com que as pessoas LGBTQIA se automutilem ou até cometam suicídio.

E, mais adiante:

Excluir as pessoas LGBTQIA da igreja é uma rejeição do prazer alegre de Deus na diversidade da criação e uma negação da imagem e do sopro divinos que animam toda a humanidade. Isso contraria o chamado e ministério de Jesus que, como “a imagem visível do invisível Deus” e aquele por meio de quem “Deus reconciliou tudo consigo mesmo”, oferece hospitalidade radical àqueles tradicionalmente desprezados e rejeitados pelas instituições religiosas e ensina que o amor é o cumprimento da lei. É uma negação da obra do Santo do Espírito que capacita os cristãos LGBTQIA a dar e receber todos os dons do Corpo de Cristo.

Na resolução ainda ficou definido o entendimento de “violência contra a comunidade LGBT” como “quando as ações de indivíduos, instituições ou estruturas de poder, intencionalmente ou não, ferem, danificam ou destroem o valor de um indivíduo ou grupo.”

Para esclarecimento, o documento revogado, intitulado “Diretrizes de Membros”, aprovado em 2001, era uma “resolução organizacional” que impactava diretamente a política da igreja, e que proibia a celebração de uniões homoafetivas, definia o termo casamento como a união entre um homem e uma mulher, e os relacionamentos homossexuais, extraconjugais e pré-maritais como atos pecaminosos.3

Dias antes da sessão especial revogar as “Diretrizes de Membros”, o Diretor Executivo da Igreja Menonita dos EUA, Glen Guyton, publicou um artigo afirmando que isso não forçaria as igrejas filiadas a realizarem “casamentos” homoafetivos ou terem um clero abertamente gay. “As congregações têm a autoridade final para contratar e demitir seus pastores como bem entenderem […]. As conferências têm ampla latitude na determinação de membros e credenciamento”, escreveu.

Embora notícias como esta sejam cada vez mais corriqueiras, e muitas igrejas e denominações estejam mudando seus documentos de fé, o que não dá para mudar é a Bíblia. Nela o padrão de Deus para o exercício da sexualidade humana é o relacionamento entre um homem e uma mulher no ambiente do casamento. Qualquer prática sexual fora deste padrão, heterossexual e monogâmico, é pecaminosa. O próprio Cristo reafirmou o que foi estabelecido desde o princípio: “Porém, desde o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea. Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á a sua mulher, e serão os dois uma só carne; e assim já não serão dois, mas uma só carne” (Marcos 10:6-8; Gênesis 2:23,24).

Tenhamos em mente que no mundo tudo passa, mas “a palavra do Senhor permanece para sempre” (1 Pedro 1:25). Aquele que trabalha para revisar ou ressignificar as Escrituras para autorizar o pecado, além de encaminhar almas para o inferno, coloca-se debaixo de terrível condenação. Creio que o princípio exposto em Apocalipse vale para toda a Bíblia: “Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; e, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida, e da cidade santa, e das coisas que estão escritas neste livro” (Apocalipse 22:18,19).


1 https://www.mennoniteusa.org/news/mc-usa-delegate-assembly-widens-the-circle-for-lgbtq-people-and-those-with-disabilities/ (acessado em 08 de junho de 2022)
2 https://www.mennoniteusa.org/wp-content/uploads/2021/10/A-Resolution-for-Repentance-and-Transformation-Rev-2.0.pdf
3  https://mennoniteusa.org/wp-content/uploads/2015/03/MembershipGuidelines_2013_July.pdf

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