A Caixinha | A Palavra
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sábado, 25 de junho de 2022

A Caixinha

Para ser aceito na sociedade da Nova Ordem Mundial, você precisa pensar fora da “caixinha” e se livrar das amarras do moralismo arcaico que impede o progresso

Caixinha
Imagem: Unsplash
Pr. Cleber Montes Moreira

Texto Atualizado

“E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na sua mão direita, ou nas suas testas…” (Leia Apocalipse 13:16-18)

Nestes dias tão conturbados querem nos proibir de pensar: autoridades constituídas, líderes religiosos, influenciadores e especialistas midiáticos, dentre outras forças, algumas “ocultas”, querem proibir qualquer pensamento e/ou expressão antagônica ao “novo moralismo” que tentam nos impor. Não é sem motivo que alguns se apresentam como “editores da sociedade”. Quem ousa desafiar tal proibição é “intolerante”, “hipócrita”, “fariseu”, “preconceituoso”, “racista”, “fascista”, “misógino”, “xenofóbico”, “negacionista” etc. Palavras de ordem em defesa da desordem que querem instaurar.

Para ser aceito na sociedade da Nova Ordem Mundial, você precisa pensar fora da “caixinha”. Esta “caixinha” pode ser a Bíblia, uma tradição familiar, os “bons costumes”, ou qualquer sistema considerado conservador. Você precisa se livrar das amarras do moralismo arcaico que impede o progresso. Mas cuidado, não saia por aí pensando por conta própria, isso é perigoso. Junte-se àqueles que te ajudarão neste novo processo de aprendizagem do ‘pensamento’. Por isso, ao sair da velha “caixa” você deverá entrar naquela que comporta outros valores — isso porque ninguém pensa fora da caixa, apenas escolhe a sua. Para ser livre e sentir-se acolhido você deverá vestir a camisa da ideologia e se juntar aos novos companheiros de militância. Nesta nova “caixinha” vigora uma cartilha na qual você aprende que todos que ousam pensar diferente são inimigos, e você deve enfrentá-los com suas novas armas. Se, por exemplo, aqueles que permanecem na velha “caixa”, sob os mesmos velhos e falsos argumentos, se manifestarem contra o aborto, acuse-os de “radicais” e “violentos”. E se a mulher a abortar — ainda que sob o grito de terceiros: “meu corpo minhas regras” — for uma menina de apenas 11 anos, engravidada por um namoradinho de 13 anos, e o bebê já for de 27 semanas, diga que é para proteger a vida dela. E mesmo que o procedimento seja um risco para a gestante e uma sentença de morte contra um inocente e indefeso, descarte a razão: você não tem autoridade, nem foi programado para raciocinar. Aos questionadores moralistas explique que você não está defendendo o aborto, mas que neste caso ele é necessário, que não se trata de feticídio, pois o feto, mesmo em condições de sobreviver fora do útero, ainda não tem consciência — ele não é como um ovo de tartaruga; é apenas um ‘parasita’. Denuncie os médicos que se recusarem a aplicar a solução letal no pequeno ‘amontoado de células’; diga que deveriam ser enquadrados por uma nova lei, a do “não exercício legal da profissão”, e exalte aqueles que cumprirem o seu dever em “defesa da vida” — mesmo que nenhuma vida precisasse ser sacrificada. Se disserem que “Deus é contra a matança de inocentes”, fundamente sua contra-argumentação no novo evangelho, fale sobre a “lei do amor”, cite os teólogos progressistas e discorra sobre os sagrados “direitos reprodutivos das mulheres”. Se insistirem, diga que servem a um deus intransigente, impiedoso, assassino… Se defenderem a família, acuse-os de “defensores da moral e dos bons costumes” — uma outra expressão para “caretas”, “antiquados”, “falsos moralistas” etc. Afinal, o culto a moloque não pode ser interrompido por um bando de histéricos. E se você odiá-los, não se preocupe, esse é o “ódio do bem”.

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