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sábado, 26 de março de 2022

O que nos une

A unidade daqueles que foram introduzidos no Corpo de Cristo não se dá por vínculos, interesses ou fatores temporais, mas por um elo eterno

Imagem: Ismael Paramo, via Unsplash

Pr. Cleber Montes Moreira

“E todos os que criam estavam juntos…” (Atos 2:44)

 

Uma conhecida, depois de frequentar por algum tempo os cultos de certa igreja, me relatou o seguinte: para a maioria, as reuniões eram o único momento de encontro; fora do templo não havia vida em comum, e poucas pessoas se conheciam. A igreja não tinha um rol de membros. Também observou que a frequência era quase sempre motivada por interesses pessoais: curas, restauração de relacionamentos, prosperidade e outros. A motivação era a busca por soluções temporais e, perceptivelmente, as reuniões eram preparadas para atender a tais expectativas. Em outras palavras, a razão não era Deus e, nestes “ajuntamentos de interesseiros”, não havia elo entre os “fiéis”.

Nos diversos setores da sociedade pessoas se unem por interesses comuns, seja no trabalho, estudos, esportes, política, lazer etc. Tais interesses as mantém juntas em torno de certos propósitos pelos quais se esforçam. Numa família saudável a unidade é conservada em amor: seus membros partilham esperança, sonhos, trabalho, conquistas; no lar a alegria de um é a alegria do outro, bem como as aflições, frustrações e choros; há celebrações e encorajamento mútuo e, a despeito das falhas humanas, há prazer na comunhão.

No texto bíblico em destaque encontramos qual é o elo entre os cristãos: a fé em Jesus Cristo. Assim os salvos não estão juntos apenas por simpatia, apreço, nem por interesses comuns seculares — ainda que eles existam —, mas porque pela fé se tornaram filhos de Deus e membros de Sua família. É a partir do nascimento espiritual que, nós os que cremos, nos tornamos irmãos, nos amamos e vivemos em unidade. É na videira (Cristo) que temos vida, e estamos unidos uns aos outros, e dela nos alimentamos, crescemos e frutificamos (João 15). É assim que, como os primeiros cristãos, perseveramos na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações (Atos 2:42).

“E todos os que criam estavam juntos” é uma mensagem contra o desigrejamento, o egoísmo, o esfriamento e apostasia; contra os estilos de cultos que atraem pessoas que buscam a Cristo apenas nesta vida (1 Coríntios 5:19), motivadas por interesses próprios e temporais, como se não houvesse a eternidade; mas, antes, é um relato de como viviam os primeiros crentes, e uma afirmação sobre como devemos viver hoje. Nestas palavras temos uma declaração do que é a igreja, e de qual é o elo entre seus membros: a fé no Cristo vivo — por outro fator a igreja não subsistiria. Pense nisso!

2 comentários:

  1. Bom texto. O movimento gospel iniciado nos anos 80 trouxe novas definições para o culto e a celebração. Estar presente no culto como fonte de benção material e não para adorar o Deus Trino.

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  2. É muito triste nos reunirmos com motivação errada , somos corpos ,devemos nos unirmos pra adorar a Deus acima de todas as coisas

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