A Palavra: janeiro 2022

terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Derramando a sua vida na igreja

É significativo que Jesus tenha amado e entregue a sua vida pela igreja. Como poderia o salvo desprezar isso?

igreja
Imagem: Unsplash
Pr. Cleber Montes Moreira

“… como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela.” (Efésios 5:25)

Ao ser inquirido sobre seu ministério e a razão porque não escolheu fazer outra coisa em vez de pastorear, John Fullerton MacArthur respondeu com uma belíssima declaração de amor pela igreja: “Existem várias razões pelas quais eu amo a igreja, não apenas como pastor, mas como cristão. Se eu não estiver na Grace Church, se estiver em outro lugar na América, encontrarei uma igreja no Dia do Senhor. E se eu não estou pregando, o que é uma coisa rara, vou encontrar uma igreja onde eu possa simplesmente ir e estar. Eu quero estar em uma igreja. Eu amo a igreja.” Ele ainda relatou: “Uma vez me pediram para ser presidente de outra instituição e eu disse: ‘Não posso fazer isso porque tenho que pastorear uma igreja. Eu quero estar em uma igreja. Eu tenho que fazer parte do que Jesus está edificando.’ Posso acompanhar algumas outras coisas que ajudam a igreja e fortalecem a igreja, como a faculdade ou o que quer que seja, mas tenho que derramar minha vida na igreja.”1

Infelizmente, o vínculo com a igreja local está cada vez mais enfraquecido, principalmente neste tempo em que muitos se acomodaram às lives, e já não consideram a importância das reuniões presenciais. Preferem a conexão à comunhão. Além disso, nossa geração é movida por interesses egoístas e, se a igreja não tem muito a oferecer, há quem busque por melhores serviços. Outros se afastam da igreja por causa de desentendimentos, discordância com a liderança, regras rígidas, apego ao mundo etc. Há os que se transformaram em “cristãos autônomos”: para eles é possível pertencer à igreja de Cristo sem seguir as diretrizes bíblicas, sem vínculo com os irmãos, sem reuniões cúlticas, assembleias, ou cooperação de qualquer natureza com uma comunidade local. Alguns passaram a odiar, a criticar e a laborar contra a igreja, inclusive se esforçando para convencerem outros a se tornarem como eles. Se dedicam a ensinar que a igreja é uma “instituição desnecessária”.

Na Bíblia encontramos cartas às igrejas de várias localidades, como prova de sua importância e do cuidado de Deus para com elas. Paulo declarou que pesavam diariamente sobre ele a preocupação com todas as igrejas (2 Coríntios 11:28). Elas não eram perfeitas, algumas tinham problemas sérios — por isso mesmo foram alvo do zelo dos apóstolos que lhes escreveram —, mas todas eram a representação local da igreja do Senhor, aquela que Ele amou e a si mesmo se entregou por ela. Sim, é significativo que Jesus tenha amado e entregue sua vida pela igreja!

Como poderia um salvo se desinteressar, ou mesmo odiar e trabalhar contra a igreja que o Senhor instituiu, tanto ama e virá buscar?

Não apenas ministros dedicados, mas todo crente deve amar, honrar, servir e defender a igreja — ela é a sua família na fé! A exemplo do Senhor, e de outros servos fiéis, ele desejará derramar a sua vida nela. Pense nisso!


1 https://www.gty.org/library/sermons-library/POR-TMU88/por-que-devemos-amar-a-igreja

sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

Que é o evangelho?

Tal pergunta poderia render um estudo, um sermão, várias palestras, ou até um livro com muitas páginas, um best-seller


Pr. Cleber Montes Moreira

“Cristo morreu por nossos pecados.” (1 Coríntios 15:3)

Durante um encontro alguém me perguntou: “Para você, o que é o evangelho?”. A pergunta partiu de um membro de igreja, e as expectativas do rapaz, certamente, estavam além de minha sucinta resposta: “é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê” (Romanos 1:16). Isso é o evangelho — é uma notícia extraordinária! —, mas não é tudo sobre ele.

Tal pergunta poderia render um estudo, um sermão, várias palestras, ou até um livro com muitas páginas, um best-seller. Paulo, porém, sintetizou: “Cristo morreu por nossos pecados.”

Certa vez alguém perguntou a C. H. Spurgeon se ele poderia dizer resumidamente em que se baseava a sua fé. Ele respondeu: “Direi em apenas quatro palavras: Cristo morreu por mim.”

Esta notícia é poderosa, é sobre o maior gesto de amor que transformou a história (antes e depois de Cristo), a ação misericordiosa do Altíssimo que traz esperança para todo pecador que se arrepende, a alegria dos salvos, o motivo pelo qual todos deveriam dar graças incessantemente. Afinal, Ele morreu em nosso lugar, “foi ferido por causa das nossas transgressões”, riscou “a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz”, nos justificou e nos pôs em paz com Deus (Isaías 53:5; Colossenses 2:14; Romanos 5:1).

“Cristo morreu por nossos pecados” — Nunca uma tão grande notícia foi dada com tão poucas palavras! Pense nisso.

sábado, 8 de janeiro de 2022

Não vá ao Google, vá a Cristo

A obsessão pela felicidade revela a falta de entendimento sobre o sentido da vida, produz insatisfação, decepções, sensação de fracasso, e resulta no seu oposto

Como ser feliz?


Pr. Cleber Montes Moreira

“Porque nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si.”
 (Romanos 14:7)

Quando você digita no campo de pesquisa do Google a frase “como ser feliz”, logo algumas sugestões complementares aparecem: “como ser feliz sozinha”, “como ser feliz sendo triste” (sim, isso aparece!), “como ser feliz na vida”, “como ser feliz no casamento”, “como ser feliz segundo a Bíblia”, “como ser feliz apesar dos problemas”, “como ser feliz no amor”, “como ser feliz no trabalho” etc. Normalmente tais opções resultam da quantidade de pesquisas no motor de busca, o que indica que elas estão no topo.

O sociólogo Jan Delhey, da Universidade Otto von Guericke, na Alemanha, diz ter desenvolvido uma fórmula para mensurar a felicidade a nível individual, a qual considera três noções: Ter, Amar e Ser. O “Ter” está associado ao acúmulo de riquezas, o “Amar” às relações sociais, e o “Ser” ao significado que o indivíduo atribui à própria vida1. De fato estas “noções” estão ligadas à percepção das pessoas sobre o tema, no entanto elas são falhas e temporais: O “Ter”, por exemplo, perde a importância quando o assunto é enfermidade ou morte. O “Amar”, ainda mais num tempo de ‘relacionamentos descartáveis’ como este, e mesmo os relacionamentos duradouros terminam, deixa de ser um medidor confiável. Já o “Ser”, considerando que o homem natural não compreende o propósito divino para sua existência, não pode ser considerado um sinalizador preciso. Além do mais, estes indicadores podem nos fazer concluir que quem não “tem” não pode ter contentamento, que a satisfação depende de relacionamentos estáveis (amizades/casamento) e, dependendo da compreensão pessoal do sentido do “ser”, a felicidade pode ser algo inalcançável.

Vejamos algumas menções bíblicas sobre estes “mensuradores” da felicidade:

1. Sobre o “Ter”: “Quem amar o dinheiro jamais dele se fartará; e quem amar a abundância nunca se fartará da renda; também isto é vaidade” (Eclesiastes 5:10);

2. Sobre o “Amar” (relacionamentos): “Os meus parentes me deixaram, e os meus conhecidos se esqueceram de mim” (Jó 19:14).

3. Sobre o “Ser”: “Porque, se alguém cuida ser alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo” (Gálatas 6:3).

A obsessão pela felicidade revela a falta de entendimento sobre o sentido da vida, produz insatisfação, decepções, sensação de fracasso, e resulta no seu oposto.

As palavras a seguir revelam tanto o propósito para o qual fomos criados quanto a condição para sermos realmente felizes: “Porque nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si. Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor” (Romanos 14:7,8).

Se você quer ser feliz, de verdade, não vá ao Google, nem a outra fonte, vá a Cristo; viva com Ele e para Ele, e sua vida terá sentido. Pense nisso!


1 https://veja.abril.com.br/saude/existe-uma-formula-para-a-felicidade-especialista-responde/

sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Andar digno

Pertencer à família de Deus e viver em comunhão com Ele e os irmãos é maravilhoso, mas isso requer de nós um andar digno desta vocação


Pr. Cleber Montes Moreira

“Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados.”
(Efésios 4:1)


Quando alguém é convidado para uma festa importante, logo se preocupa em escolher uma roupa apropriada para aquele momento. Seja na celebração de um aniversário, casamento, ou qualquer reunião importante, vestir-se e comportar-se adequadamente é questão de bom senso.

Jesus nos conta uma parábola em que um rei celebrou as bodas de seu filho com um grande banquete. Quando entre os convidados fora encontrado alguém que “não estava trajado com veste de núpcias”, o rei se revoltou e, imediatamente, ordenou que o tal fosse colocado para fora: “Disse, então, o rei aos servos: Amarrai-o de pés e mãos, levai-o, e lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes” (Mateus 22:11,13). Assim o Senhor nos ensina que ninguém pode estar na comunhão com Deus se andar indignamente. O ensino de Paulo é também nesta direção: Recebemos de Deus, por meio da pregação do evangelho, um convite/chamado para a salvação — isso significa entrar em Sua presença, pertencer à Sua família (igreja) e viver com Ele aqui e na eternidade. Entretanto, para estar nesta condição é preciso viver de modo adequado. É o que o apóstolo quis dizer com “que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados”, e a partir daí ele nos explica sobre como é este andar. Russell Norman Champlin afirma que “a santidade é um dos alvos primordiais do chamamento cristão”. E Matthew Henry declara: “Todos os cristãos devem ser santos; se não chegarem a este caráter na terra, jamais serão santos na glória. Aqueles que não são fiéis não são santos, não creem em Cristo, nem são verdadeiros quanto ao relacionamento que professam ter com o Senhor.

Pertencer à família de Deus e viver em comunhão com Ele e os irmãos é maravilhoso, mas isso requer de nós um andar digno desta vocação — e isso só é possível ao salvo; é fruto de uma nova natureza. Sei que somos imperfeitos e falhos, mas, se confiarmos em sua graça, Ele nos ajudará a vivermos para a sua glória. Pense nisso!

Livros teológicos?

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