O reconhecimento de que fomos salvos quando caídos às margens do caminho deve ser a nossa motivação para praticarmos a empatia, não apenas como uma virtude religiosa, ou fruto de um padrão moral elevado…
“E, ocasionalmente descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e, vendo-o, passou de largo. E de igual modo também um levita, chegando àquele lugar, e, vendo-o, passou de largo.” (Lucas 10:31,32)
Primeiro um sacerdote, depois um levita. Ambos passaram por um homem espancado por salteadores, caído à beira do caminho. A disposição, a mesma: vendo o ferido, atravessaram para o outro lado, e passaram longe dele (Lucas 10:31).
A apatia é prática comum numa sociedade afastada de Deus, em que impera o amor egoísta (2 Timóteo 3:2). Ela está presente quando alguém busca primeiro os seus próprios interesses, encolhe as mãos, nega atendimento, deixa de prestar socorro, ou mesmo quando pratica ou faz vista grossa para a corrupção, dentre outras coisas. Alguém que age assim é incapaz de pensar: “E se fosse eu naquela situação?”
No mundo há muitos “sacerdotes” e “levitas” como aqueles que mudaram de direção para evitar o homem ferido — mesmo aqueles que teoricamente deveriam estar mais sensíveis ao sofrimento alheio, quando movidos por certos interesses, ou praticantes de uma fé hipócrita ou falsa moralidade, acabam fazendo da indiferença o seu estilo de vida.
O maior exemplo de empatia que temos é o de um homem rejeitado pelo seu povo (Isaías 53:3; João 1:11). Aquele que sofreu na pele o nosso desprezo, foi justamente quem, por amor, “verdadeiramente tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si…”, que “foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades…”; Ele assumiu a nossa culpa e “foi oprimido e afligido” em nosso lugar (Isaías 53:4,5,7). Não “passou de largo”, mas veio em nosso socorro mesmo sem merecermos a sua ajuda — porque Deus provou “o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Romanos 5:8).
O reconhecimento de que fomos salvos quando caídos às margens do caminho — aquele homem da parábola somos nós — deve ser a nossa motivação para praticarmos a empatia não apenas como uma virtude religiosa, ou fruto de um padrão moral elevado, mas como consequência de Cristo vivendo em nós. Pense nisso!
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