A Palavra: junho 2021

quinta-feira, 17 de junho de 2021

Jesus e os pastores de galinhas

Ao contrário das galinhas, atraídas pelo milho, os salvos encontram satisfação não nas ofertas que contemplam suas necessidades e anseios temporais, e sim no Pão que desceu do Céu e dá vida ao mundo

Imagem de Kerstin Riemer por Pixabay


Pr. Cleber Montes Moreira

“Jesus respondeu-lhes e disse: Na verdade, na verdade vos digo que me buscais, não pelos sinais que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes.” (João 6:26)

Numa igreja por onde passei havia uma irmã muito consagrada ao Senhor cujo filho gostava de brincar de ser pastor. Ele apanhava uma vasilha cheia de milho, ia para o quintal e dava a voz de comando. Assim que as galinhas se reuniam, lançava os grãos e começava a pregar. Em sua imaginação infantil, cada uma era um membro de sua igreja, com nome e função. Enquanto havia milho, havia plateia, no entanto, tão logo o alimento, motivo único da presença das aves, deixava de ser oferecido, elas se dispersavam, e o “pastor” não tinha mais para quem pregar. Esta brincadeira se repetia com certa frequência, e os galináceos sempre se comportavam do mesmo modo: embora algumas palavras lhes fossem dirigidas, sua atenção e interesse estavam no milho, e não no que o menino dizia.

Em muitos terreiros religiosos de nossos dias ocorre o mesmo: alguém que brinca de pastor atrai galinhas interesseiras com ofertas que contemplam as expectativas da plateia, e não os propósitos de Deus manifestos em sua Palavra. Para ter audiência, tem de ter milho, e se ele acabar, as galinhas se dispersam e vão ciscar noutros locais em busca de outros alimentos. Isso é de sua natureza, não pode ser mudado.

João registra que uma grande multidão seguia a Jesus por uma motivação equivocada (João 6:2). Em dado momento, essa gente estava faminta e, então, o Filho de Deus operou mais um de seus milagres: Ele multiplicou cinco pães e dois peixinhos, com os quais alimentou quase cinco mil pessoas, e ainda sobraram doze cestos cheios de alimento. O resultado foi que, ao verem o milagre realizado, disseram uns aos outros: “Este é verdadeiramente o profeta que devia vir ao mundo” (João 6:14). Havia interesse em sinais, havia interesse nos milagres, havia interesse nos pães e peixes, e — para as galinhas — eram estas maravilhas as evidências que identificavam o profeta que viria ao mundo. Porém, para a decepção dessa gente, mais adiante Jesus dirá qual é sua grande oferta à humanidade e por qual motivo cada um deve ir até Ele. Foi por causa de seu sermão, considerado muito duro, que o Senhor foi abandonado por aqueles cujas esperanças foram frustradas (João 6:60).

Galinha pensa e age como galinha. Os salvos, porém, não são como galinhas atraídas pelo milho, pois sabem que o que verdadeiramente satisfaz o ser humano não são as ofertas que contemplam suas necessidades e anseios temporais, e sim o Pão que desceu do Céu e dá vida ao mundo. Aqueles que esperam em Cristo apenas para esta vida são os mais miseráveis de todos (1 Coríntios 15:19), e os que pregam um evangelho de benefícios terrenos são falsários da Palavra.

Jesus não é como os pastores de galinhas, no seu redil só há ovelhas. Pense nisso!

segunda-feira, 14 de junho de 2021

Andar como Ele andou

Jesus não é como uma celebridade morta, cuja casa torna-se ponto turístico e objetos ficam expostos em museus para apreciação de seus admiradores

Pr. Cleber Montes Moreira

Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou.” (1 João 2:6)


Certa ocasião recebi, por e-mail, um convite para participar de uma excursão pela Terra Santa. O apelo era: “Venha andar por onde Jesus andou”. Muitas pessoas têm verdadeira paixão por conhecer as terras e os caminhos trilhados por Jesus. De fato, deve ser emocionante conhecer lugares que fazem parte das narrativas bíblicas sobre o Senhor: A pequena Belém, o Rio Jordão, o Monte das Oliveiras, a estrada de Jericó, a vila de Betânia, o Jardim do Getsêmani, o que sobrou do templo de Jerusalém, o monte onde o Salvador foi crucificado, o lugar onde foi sepultado etc. Entretanto, não posso deixar de afirmar que mais importante que andar por onde Jesus andou é andar como Ele andou! Jesus não é como uma celebridade morta, cuja casa torna-se ponto turístico e objetos ficam expostos em museus para apreciação de seus admiradores. Jesus também não é como um líder religioso qualquer, cuja terra vira lugar de peregrinação e idolatria. Jesus é Deus, Senhor e Salvador, e espera que nos tornemos seus seguidores, andando como Ele andou, amando, exercendo a misericórdia, pregando o evangelho do reino, sendo Sal e Luz do mundo. Ele quer mais do que admiradores, quer verdadeiros discípulos. 

domingo, 13 de junho de 2021

Amar como Jesus amou

O amor de Cristo deve nos inspirar a amar. Ele não amou apenas com palavras, mas entregou sua própria vida como prova desse amor


Pr. Cleber Montes Moreira

Conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar à vida pelos irmãos.” (1 João 3:16)

Conta-se que um soldado de 19 anos, que servia no Iraque, no dia 4 de dezembro de 2007, viu uma granada sendo atirada do alto de um telhado. Manejando a arma de fogo na torre do seu jipe de combate, tentou desviar-se do explosivo que, entretanto, caiu dentro do carro. Ele tinha tempo para saltar para fora e tentar salvar a própria vida, mas, em vez disso, jogou-se sobre a granada, num impressionante ato de amor e coragem que salvou a vida de quatro companheiros.

João nos ensina que Jesus deu a sua vida por amor, para nos salvar. Sim, Ele fez por amor! Podemos dizer que este gesto, como descrito em João 3:16, é a maior declaração de amor já feita em todos os tempos. Deus nos “amou de tal maneira”, ou seja, com um amor que a mente humana jamais será capaz de compreender em toda a sua extensão, assim como diz a letra daquela linda canção:

O amor de Deus é singular,
Ninguém jamais pode explicar;
É bem mais alto que os céus,
E mais profundo que o mar (…)
  
Se os mares todos fossem tinta
E o céu sem fim fosse papel
Se aves todas fossem penas
E os homens todos escrivães
Nem mesmo assim o amor seria
Descrito em seu fulgor
Oh! Maravilha deslumbrante
Deste eternal amor 
 
O amor de Deus tão rico e puro
Ao homem vil salvou
Jamais tem fim é bem seguro
Ao céu de luz eu vou 

 

Este amor tão grandioso nos ensina algo: da mesma forma que Cristo nos amou, devemos amar o próximo. E, como digo sempre, o amor não é um mero sentimento, é atitude! Jesus deu sua vida! Que cada um de nós escolha amar, e amar como Jesus nos amou.

Amar o suficiente para ser chamado cristão

Na pratica da vida cristã, como demonstrarmos nosso amor àquele que nos amou primeiro? Segundo Jesus, como podemos provar nosso amor ao Pai?


Pr. Cleber Montes Moreira

Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele.” (João 14:21)

Há uma frase, cuja autoria desconheço, que diz: “O verdadeiro amor é capaz dos maiores sacrifícios para o bem-estar do ser amado.” De fato o amor leva a ações grandiosas, muitas vezes aos olhos dos outros entendidas como “loucuras”. Quem ama quer expressar seu amor, não apenas por palavras, mas por atos que promovam o bem de quem se ama. O verdadeiro amor faz da felicidade do outro, e não da nossa, o seu alvo. O verdadeiro amor suporta as dificuldades, transpõe barreiras… O verdadeiro amor se derrama numa entrega total e resoluta.

Nas relações humanas, as pessoas querem demonstrar seu amor dando presentes, fazendo declarações, etc. William Shakespeare disse: “O amor é a única loucura de um sábio e a única sabedoria de um tolo.” Certamente que tem razão. O sábio quando ama enlouquece, e o tolo quando ama é capaz de fazer coisas maravilhosas. André Suarés disse: “Amar bem é amar loucamente.” Assim as pessoas amam e demonstram seu amor: amor humano, entre duas pessoas, amor que se prova e quer prova, amor que dá e recebe. Mas, e quando se trata de amar a Deus, como agimos? Como demonstramos nosso amor àquele que nos amou primeiro? Jesus diz sobre qual deve ser a nossa prova de amor ao Pai: OBEDIÊNCIA! “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama.”

Se você diz amar a Deus, mas não é capaz de obedecer, isso não é amor. Se você diz amar a Deus, mas é incapaz de amar do modo como Cristo amou — “sendo obediente até a morte, e morte de cruz” (Filipenses 2:8) — esse amor não é suficiente para que você seja chamado “cristão”.

sexta-feira, 11 de junho de 2021

Salvo pela Bíblia

O evangelho “é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Romanos 1:16); portanto, a boa notícia de que há esperança para o perdido


Pr. Cleber Montes Moreira

Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego.” (Romanos 1:16)

Conforme notícia publicada pela BBC Brasil em 03 de setembro de 20011, bem como no Portal Isto É no dia 12 daquele mesmo mês2, “o adolescente Kenneth Wallace, de Forth Myers, na Flórida, teve a sua vida salva por uma Bíblia”. O tiro de escopeta disparado por sua mãe, uma ex-fuzileira naval, que já havia matado o filho menor de 6 anos, atingiu em cheio a Bíblia que Kenneth carregava quando saía de um templo evangélico. O Livro que recebeu o impacto do tiro salvou sua vida. O episódio nos inspira a pensar sobre o valor das Sagradas Escrituras, o Livro que salva. A experiência daquele adolescente constitui-se preciosa ilustração do poder que o evangelho exerce sobre a vida humana. Segundo o apóstolo Paulo, “é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Romanos 1:16); é, portanto, a boa notícia de que há esperança para o homem perdido.

Além de experimentar este poder em minha própria vida, tenho sido enriquecido com constantes testemunhos de pessoas que foram salvas pelo conhecimento revelado pela Palavra de Deus. Muitas antes consideradas irrecuperáveis pela sociedade. Conheci um homem que fora preso por matar seu irmão e que enquanto na prisão aprendera a ler usando como cartilha o Livro Santo. Hoje, livre em todos os sentidos, é um homem gentil e muito amado por sua família. Ouvi uma ilustração sobre um pregador que, durante um culto ao ar livre, fora interrogado por um bêbado sobre como Jesus teria transformado a água em vinho, ao que sabiamente respondeu: “Como foi eu não sei, só sei que lá em casa Ele transformou a cachaça em pão”. Outra lição que aprendemos com aquele adolescente é que ele seria um defunto se tivesse vergonha de carregar a sua Bíblia. Quantos jovens e adultos, que já não carregam mais o “livro da capa preta” por vergonha. Este sentimento terrível impede o gozo das bênçãos divinas. Quem não ostenta a sua Bíblia demonstra que ainda não vestiu a camisa do time de Cristo, e quem não usa esta camisa está jogando na equipe adversária. Portanto, aprendamos com o apóstolo: “Porque eu não me envergonho do evangelho de Cristo…”

O poder deste evangelho está à disposição para salvar todo aquele que quiser confiar plenamente em Jesus e ser-lhe submisso no viver. Basta experimentar, sem dele se envergonhar, e você, querido leitor, está desafiado a fazê-lo.


1 https://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u5888.shtml

2 https://istoe.com.br/40944_BALA+PARA+NA+BLIBLIA/

 

segunda-feira, 7 de junho de 2021

Prazer na Palavra

Ler, aprender e praticar o que a Bíblia nos ensina deve ser algo intensamente prazeroso, motivador, fascinante...

Imagem: Pixabay

Pr. Cleber Montes Moreira

Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite. (Salmos 1:2)

Houve um tempo, quando na escola secular, que considerava o estudar somente como uma obrigação. Os livros eram chatos, enfadonhos, as aulas monótonas e a rotina estressante. Tudo o que fazia era somente para cumprir com a obrigação. Não tinha nenhum prazer, principalmente quando o assunto era matemática. Foi assim que perdi um ano e passei pelos outros sem motivação alguma. Na época, concluí o curso de contabilidade apenas por falta de opção. Tudo o que queria era terminar os estudos e não precisar mais voltar às aulas.

Quando fazemos algo no qual não temos prazer, há sempre o risco do fracasso. Quem não ama o que faz, não faz bem-feito. Quem não se especializa, fica para trás e perde a concorrência no mercado tão competitivo. Quem não adquire conhecimento, não se renova, mas desatualiza. O prejuízo é enorme!

Em termos espirituais ocorre o mesmo. Se temos prazer em Deus e em sua Palavra, vamos bem, mas se não, não progredimos. Ler, aprender e praticar deve ser algo intensamente prazeroso, motivador, fascinante! A Bíblia não é um livro que deve ser lido por obrigação, apenas quando passamos por uma crise ou necessitamos de alguma solução. Ela é para ser lida com prazer, comida e degustada como algo que alimenta e sacia. Ela é pão para a alma! Aquele que a lê e pratica torna-se como “árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto no seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará” (Salmos 1:3).

Meu desejo é que se cumpra entre nós a palavra que está em Amós 8:11: “Eis que vêm dias, diz o Senhor Deus, em que enviarei fome sobre a terra; não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do Senhor” Que nestas palavras tenhamos prazer e, assim como o salmista, nelas meditemos dia e noite. Só assim seremos verdadeiramente alimentados e preparados para um viver santo e de prosperidade na presença do Pai celestial.

A Palavra Viva

Contra a Palavra nenhuma palavra pode, pois a Palavra é a Verdade imutável, infalível e eterna, contra a qual nenhum poder prevalece


Imagem: Pixabay

Pr. Cleber Montes Moreira

“No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus”
(João 1:1 — BKJF)

A Palavra de Deus é viva! Por ela, o mundo foi criado. Por ela, o pecador arrependido é regenerado. Por ela, pessoas reviveram. Por ela, os salvos ressuscitarão. Ela desvenda quem fomos, o que somos e o que seremos na eternidade com Cristo. Ela revela como será o futuro dos salvos e também dos perdidos. Por ela, o crente é santificado. Nenhuma outra palavra tem tal poder e eficácia. Contra a Palavra, nenhuma palavra pode prevalecer, pois a Palavra é a Verdade imutável, infalível e eterna, diante da qual nenhum poder pode resistir. A Palavra é Deus, e Deus se tornou homem e viveu entre nós. Jesus é a Palavra! A Palavra se fez carne; tornou-se como nós (João 1:14).

Muitos seguiam a Jesus por causa de seus feitos, pela multiplicação dos pães e peixes, mas os discípulos reconheceram-no como a Palavra doadora da Vida, como disse Pedro: “Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna” (João 6:68 — BKJF). No Sinai, Moisés recebeu “palavras de vida para no-las dar” (Atos 7:38). Nós, entretanto, recebemos a Palavra Viva. Jesus é a Palavra, e suas palavras produzem vida. Jesus é a própria vida. Sem a Palavra, nada existiria; ninguém teria vindo à vida, e a vida eterna não seria proclamada (João 1:1-3).

Quem segue a Palavra não anda nas trevas, mas na Luz da Vida. A Palavra desfaz todo engano. Quem crê nela não permanece no entenebrecimento e nunca será confundido. “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8:32). “E nós temos crido e conhecido que tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (João 6:69). Pela fé na Palavra, fomos libertos, recriados para sermos semelhantes a Cristo e selados para a vida eterna. De palavra em palavra, conhecemos mais a Deus, somos por Ele moldados, aperfeiçoados, para que alcancemos o alvo proposto (Efésios 4:13).

Que outra palavra há como a Palavra? Que outra palavra pode nos transportar das trevas para a maravilhosa Luz? Que outra palavra pode reconciliar Criador e criatura? Que outra palavra pode proporcionar tamanho perdão e salvação? Que outra palavra revela tanta graça? Que outra palavra pode transformar mentes e corações? Que outra palavra pode ser o Pão da Vida (João 3:33,35)? Que outra palavra é fonte que jorra para a vida eterna? (João 4:14). Que outra palavra há que oriente, alivie, conforte, revigore e sacie a alma? Que outra palavra há que regenere? Em que outra palavra podemos depositar uma esperança tão viva? Que outra palavra se fez homem para conduzir o homem a Deus? Não, não há outra! A Palavra é única! Qualquer ensinamento fora da Palavra é heresia. Qualquer palavra fora da Palavra é mentira e não perdurará para sempre. Qualquer caminho fora da Palavra é um caminho de morte. Quem não está com a Palavra está contra a Palavra. A Palavra é Deus, e Deus é a Palavra encarnada por meio de Jesus Cristo. Quem conhece a Cristo, conhece a Palavra; quem conhece a Palavra, conhece a Cristo.

Livros teológicos?

livros teológicos