A Palavra: maio 2021

quarta-feira, 19 de maio de 2021

Deve um cristão celebrar o ‘Dia Internacional de Combate à Homofobia’?

Afirmar ser cristão e apoiar, divulgar ou deixar um like num post cuja mensagem é contra os princípios bíblicos é no mínimo contraditório. Um like é uma declaração de apoio, de concordância, de alinhamento. Uma postagem ou um simples like diz sobre nós mais que possamos imaginar

 

Por Cleber Montes Moreira

Opinião

No domingo, dia 17 de maio de 2021, foi celebrado o “Dia Internacional de Luta contra a LGBTfobia”. A data, que é considerada referência na promoção dos “direitos LGBTs”, “celebração da diversidade” e “luta contra todos os tipos de preconceito”,1 foi escolhida por coincidir com o dia em que a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1990, retirou o termo homossexualismo da lista de distúrbios mentais do Código Internacional de Doenças.2

Ao contrário do que ocorre em países fechados, onde a prática homossexual pode até levar à pena de morte, numa democracia todos têm direito à voz e à livre manifestação. Assim é que, neste exercício da liberdade, muitos foram às redes sociais para promover a data e manifestar apoio à causa: internautas, militantes, blogueiros, políticos, celebridades e até religiosos.

Dentre as diversas postagens e curtidas, muitos que se dizem cristãos também se manifestaram, desde os de linha progressista até membros de igrejas consideradas conservadoras, ora compartilhando textos e/ou imagens, ora deixando seu like ou deslike em postagens alheias, alguns apoiando, outros manifestando seu ponto de vista à luz de seu entendimento das Escrituras. Diante disso, pergunto: Deve um cristão celebrar o ‘Dia Internacional de Combate à Homofobia’?

Fato é que o cristão autêntico — como cristão e como cidadão — deve se opor a qualquer cerceamento da liberdade, como garantido na Constituição Federal, bem como condenar todo tipo de violência e preconceito, o que não implica apoio às causas contrárias à sua fé e valores, mas expressão de sua consciência.

Uma coisa é defender o direito do outro, outra é hastear a bandeira de sua causa. Assim é que o cristão reconhece que os LGBTs têm o direito de manifestar seu pensamento publicamente, defender sua causa e o que entendem por seus direitos de modo pacífico, ordeiro, respeitoso, sem jamais impor seu padrão aos que pensam diferente. Ao contrário de um like, esta disposição não significa, jamais, concordância — e discordar de certos valores e práticas é também um direito a ser respeitado e defendido: o que vale para um, vale também para o outro.

Particularmente — enquanto opinião não é criminalizada — entendo que um cristão que celebra o ‘Dia Internacional de Combate à Homofobia’, ou deixa seu like numa postagem de apoio, ainda que inadvertidamente ou por querer agir “politicamente correto”, está hasteando a bandeira de uma causa que lhe é, por natureza e por prática, contrária; mais que isso: uma causa que tem como foco a desconstrução da família segundo o modelo bíblico, e que labora contra os valores judaico-cristãos. Isso não é uma percepção particular, é uma realidade! Para exemplificar, cito, dentre os esforços da “causa”, o combate a “heteronormatividade” e a implantação de novos modelos de famílias como parte de um novo padrão que se objetiva impor. O texto que tentaram emplacar no PNDH III, de 2009, trata claramente deste esforço: “Reconhecer e incluir nos sistemas de informação do serviço público todas as configurações familiares constituídas por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, com base na desconstrução da heteronormatividade.”3 Assim percebemos claramente que, não os homossexuais, mas a militância LGBT tem um projeto claro contra a fé cristã e a família visando a demolição de seus fundamentos basilares. Endossando esta pauta, os teólogos inclusivos propõem, mesmo que veladamente, até mesmo a ressignificação da Bíblia como instrumento de subversão.

Afirmar ser cristão e apoiar, divulgar ou deixar um like num post cuja mensagem é contra os princípios bíblicos é no mínimo contraditório. É tão irracional quanto um americano, desfrutando de sua liberdade, fincar em seu jardim uma bandeira de um país comunista.

Um like é uma declaração de apoio, de concordância, de alinhamento. Uma postagem ou um simples like diz sobre nós mais que possamos imaginar. Pense nisso!


1 https://www.brasildefato.com.br/2020/05/17/dia-internacional-de-luta-contra-a-lgbtfobia-e-marcado-por-manifestacoes-virtuais (acessado em 19 de maio de 2021)
2 https://direito.mppr.mp.br/arquivos/File/1705SUSCombateLGBTfobia.pdf (acessado em 19 de maio de 2021)
3 https://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/os-gays-e-os-8220-esquerdos-8221-humanos (acessado em 19 de maio de 2021)

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