A Palavra: abril 2021

terça-feira, 27 de abril de 2021

Alegrai-vos na esperança

A esperança que não morre é o segredo daqueles que são do Senhor; por isso eles podem ser pacientes e agradecidos nos dias difíceis, perseverantes na oração, e se gloriarem nas tribulações


Pr. Cleber Montes Moreira

“Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração.” (Romanos 12:12 – grifo do autor)


Há uma receita aqui que devemos seguir: ter alegria na esperança, ser paciente na tribulação, e perseverar na oração. Esta esperança não é uma esperança qualquer, não é aquela que é a “última que morre”, mas aquela que não pode sucumbir diante das situações mais adversas da vida, pois é a esperança que, pela fé, está firmada no Deus Eterno e inabalável, que ama o seu povo e sobre Ele derrama graça especial, diante de quem, por meio do Intercessor que é Cristo, temos entrada livre. É o Salvador, e não nós mesmos, quem nos conduz a este estado de graça, e nos mantém firmes, no gozo completo da presença e da bondade do Pai – Esta graça produz em nós tal esperança, na qual devemos nos alegrar (Leia Romanos 5:1,2).

Aqueles que são do mundo enquanto sofrem se desesperam, os salvos, porém, se alegram em meio ao sofrimento, pois compreendem que “a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência, e a experiência a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Romanos 5:3-5). Se aqueles que não estão neste estado de graça buscam socorro em sua própria força, em seu dinheiro, em sua capacidade, na ciência, na justiça humana, na religião etc., os salvos ousam olhar para o alto, e confessam sua esperança naquele que tudo pode. Como o salmista eles podem declarar: “O meu socorro vem do Senhor que fez o céu e a terra” (Salmos 121:2). Ainda que o mundo inteiro se abale, há confiança e viva esperança, pois “os que confiam no Senhor serão como o monte de Sião, que não se abala, mas permanece para sempre” (Salmos 125:1).

A esperança do mundo pode gerar decepções e tristezas, mas a esperança do cristão produz alegria. A esperança do mundo é incerta, pois aquilo que se espera pode se concretizar ou não, já a esperança em Deus é, como o próprio Deus, inabalável. Esta esperança é o segredo daqueles que são do Senhor, por isso eles devem ser pacientes e agradecidos nos dias difíceis, perseverantes na oração, e se gloriarem nas tribulações – eles se refugiam no Altíssimo, e sabem que estão sob os cuidados daquele que governa todas as coisas, e, pela fé, vislumbram o fim que lhes está reservado: “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Romanos 8:18). Você tem esta esperança?

Alegrai-vos

É possível ter alegria real em meio aos sofrimentos e aflições desta vida? É possível conservar a fé e a esperança em meio ao caos?


Pr. Cleber Montes Moreira

“Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração. (Romanos 12:12 — grifo do autor)


Não se trata de uma recomendação para alegrar-se nas coisas temporais, para ter contentamento no mundo, para buscar prazeres que produzam alegrias momentâneas, nem contentamento no dinheiro ou nos bens materiais. Todas estas coisas podem trazer certas alegrias, mas não aquela capaz de permanecer firme em meio às maiores adversidades. Não é uma alegria que acaba quando chega a noite, quando os ventos das tribulações sopram com violência, quando chega uma má notícia, ou quando o chão parece fugir debaixo de nossos pés.

“Alegrai-vos” não é uma exortação proferida por alguém que vivia num castelo, por um rei ou pessoa abastada, bem-sucedida, ou por alguém que nunca sofreu aflições. Quem faz esta advertência é o mesmo que aos tessalonicenses escreve, de dentro de uma cela fria e escura: “Regozijai-vos sempre” (1 Tessalonicenses 5:16).

Esta é a alegria de quem olha para além da escuridão, das incertezas e dificuldades desta vida, que se ergue e fortalece da esperança que não pode falhar, que é sustentada pela perseverança na oração. Assim, observemos a ordem natural das coisas: É a oração que fortalece a que aquece a esperança, que produz a alegria que o mundo não desfruta nem compreende. É esta alegria na esperança que nos ajuda em tempos tão difíceis, para suportarmos com paciência as tribulações, sempre levando tudo a Deus em oração, e conservarmos um coração agradecido.

quarta-feira, 21 de abril de 2021

A Escola de Jesus

Na escola secular aprendemos para a vida, na escola de Jesus o que aprendemos produz vida e vida em abundância. A primeira pode transformar pessoas, mas a segunda é a única cujos ensinos produz o novo nascimento


Pr. Cleber Montes Moreira

“Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas.” (Mateus 11:29)


A palavra jugo é símbolo de obrigação e de sujeição, e no texto refere-se ao ensino e disciplina do Mestre. Para os rabinos, tomar o jugo de alguém era “ir à escola de”. Assim, o que o Senhor está nos dizendo, em outras palavras, é: “Venham à minha escola, e aprendam de mim”. O que o Professor, manso e humilde de coração, quer nos ensinar são os benefícios da sujeição à Sua doutrina, e o prazer imoderado em Sua Palavra que é a lâmpada que ilumina nossos passos, e luz para o nosso caminhar (Salmos 119:105).

Enquanto os mestres judaicos impunham fardos pesados sobre o povo, aqueles que colocam seu pescoço sob o jugo do Senhor alcançam instrução que leva suas almas ao descanso (seu fardo é leve) pelo pedrão do pecado, justificação e entrada no reino de Deus. Sim, o conhecimento e obediência aos ensinos de Cristo leva o pecador à transformação de sua mente, à experiência do novo nascimento, e ao gozo da bendita esperança que o faz repousar na confiança daquele que é fiel e preparou para os seus uma herança eterna.

Pedro, como bom aluno, reconheceu que apenas o Metre tem “as palavras da vida eterna” (João 6:68). Isso porque a sua escola é a única que prepara o aluno para a vida aqui e no além.

O convite está vigente, e é para todos. Venha você também para a escola do Mestre dos mestres, venha aprender daquele cujas Palavras “são espírito e vida” (João 6:63).

Discurso fraudulento

A Teologia Inclusiva considera o “amor” como a única doutrina para o acesso a Deus, desprezando a fé, o arrependimento e o novo nascimento, afrontando a cruz e blasfemando contra o Salvador, ensinando que qualquer pecador, mesmo um ateu confesso, se é capaz de amar ao próximo, está salvo

“Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo.” (Colossenses 2:8)

Pr. Cleber Montes Moreira

Logo após a morte repentina de um ateu famoso, reconhecido por suas boas obras, internautas trataram de discutir sobre a condição daquele homem na eternidade. Poderia um “bom ateu” ir para o inferno? Seu bom coração e suas obras poderiam salvá-lo? Alguém indagou: “Adianta ter amor ao próximo e não acreditar em Deus”? Um pastor progressista logo respondeu: “Gente, ter amor ao próximo é acreditar em Deus!”

A teologia Inclusiva, na pratica, considera o amor como a única doutrina para o acesso a Deus, desprezando exigências bíblicas como o arrependimento e o novo nascimento. Assim, qualquer pecador, mesmo um ateu confesso, se é capaz de amar ao próximo, está salvo. Esta “teologia” (entre aspas mesmo), exalta a liberdade e despreza a cruz, debocha do evangelho, barateia a graça, torna desnecessária a obra de Cristo, e zomba do próprio Deus porque apresenta a mentira travestida de verdade. Para não dizer que rasgam a Bíblia, os teólogos inclusivos ressignificam sua mensagem para adequá-la aos interesses humanos e aplacar as consciências em relação ao pecado. Aqueles que defendem os valores do verdadeiro evangelho são tidos como “puritanos e castradores” que proferem uma “repetição infinda de velhas fórmulas moralistas, que escravizam as pessoas, em vez de libertá-las”.1

O discurso inclusivo pode até ser agradável, mas é enganoso e nefasto. É como se dissessem: “Evitem a porta estreita, nela há falso moralismo, muitas exigências inúteis, e o caminho é muito difícil. Entrem pela porta larga onde não há legalismos, onde sua liberdade não será tolhida, onde o ‘evangelho’ é suave e sua vida não será importunada.” Quer coisa melhor que um evangelho atrativo e sem a exigência da cruz? (Lucas 9:23)

“Se você é capaz de amar, tudo bem, nada mais importa, você está salvo!” Esta é a mensagem que gera ateus evangélicos, crentes num deus a seu gosto, guiados por uma “verdade” aprisionadora — mas que lhes dá uma falsa sensação de liberdade — e orientados por uma “bíblia” cuja leitura e entendimento se dá a partir dos anseios das pessoas, especialmente de certas minorias.

“Ter amor ao próximo é acreditar em Deus” é um discurso fraudulento, construído pelo inimigo mais sutil e ardiloso — Satanás — cujo propósito é alargar a porta do inferno.


1 http://teologiainclusiva.blogspot.com/ (acessado em 18 de fevereiro de 2019)

terça-feira, 6 de abril de 2021

Vivo, porém morto

Santidade e santarrice não combinam. Aquele cuja vida cristã é representativa, ainda que possa enganar a muitos, está totalmente exposto diante de Deus, daquele que sabe quem tem fama de vivo mas está morto

Túmulos
Imagem: Freepick

Pr. Cleber Montes Moreira

“Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela…”; “Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives, e estás morto.” (2 Timóteo 3:5; Apocalipse 3:1)


Mariana é dona de uma voz inconfundível. Quando louva o auditório silencia. Parece que o Céu desce à Terra. Certa noite, após o pastor pregar uma poderosa mensagem sobre “Como Deus cuida de Seus filhos”, o auditório, repleto, se emocionou ao ouvi-la entoar maviosamente: “Aflito e triste coração, Deus cuidará de ti! Por ti opera a Sua mão, que cuidará de ti […].”

Ao contrário da piedade aparente, a adoradora domingueira leva uma vida dupla: aos domingos, e em datas especiais, como casamentos e aniversários, canta na igreja, porém, aos sábados e dias de festas frequenta lugares inadequados para um cristão, bebe, e ainda posta em seus perfis nas redes sociais fotos e legendas que não condizem com a fé cristã. Certa ocasião postou um convite para um evento de universitários intitulado “Festa da Pinga”. No templo, santa, no mundo, profana; ostenta vida, mas está morta.

Mariana não é exceção. Ela nos revela um comportamento cada vez mais frequente entre os crentes, principalmente entre os mais jovens: “um pé na igreja, outro no mundo”, como se pudessem ao mesmo tempo servir Cristo e satisfazer a carne, desconsiderando a exortação que diz: “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” (Tiago 4:4).

Para aqueles que acham que “brincar de crente” é muito divertido, fica a advertência: Santidade e santarrice não combinam. O hipócrita — aquele cuja vida cristã é representativa — pode enganar a muitos, mas não a Deus. Ele conhece as obras de cada um, e sabe quem tem fama de vivo mas está morto. Pense nisso!

Em outubro de 2019

Vidas cheias de poder

Vidas cheias de poder são as que verdadeiramente pertencem e se sujeitam ao Espírito de Deus; são aquelas que o Eterno usa para a sua glória


Pr. Cleber Montes Moreira

“E de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo…” (Atos 2:2-4)


A Bíblia não diz que houve vento nem fogo, mas um som como que de um vento, e línguas que se pareciam com labaredas de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. Mesmo diante da clareza do texto, alguns não conseguem compreendê-lo.

É notório que muitos estão em busca dos sinais, do “extraordinário” de Deus, e não do próprio Deus, desprezando assim o importante: uma vida transformada, submissa e cheia do Espírito Santo. Esta busca insensata leva a enganos e produz frustrações.

Conheci um homem que abandonou sua igreja e foi para outra em busca de uma experiência extraordinária: ele queria ser “batizado com o Espírito Santo”. Ficou por lá algum tempo, sempre orando, jejuando, e fazendo o que achava ser necessário para que seu sonho fosse realizado: queria falar em línguas, profetizar, e fazer outras coisas que somente pessoas “batizadas com o Espírito Santo” faziam. Enquanto se esforçava, observava algumas vidas “cheias de poder” por meio das quais deus — porque não poderia ser Deus — realizava grandes “sinais e maravilhas”: o pastor estava em adultério, alguns líderes eram maus pagadores, outros crentes tinham vida dúbia. Um dia ele pensou: “Isso não pode ser obra divina”. Após concluir que aquelas manifestações eram apenas encenações, aquele irmão, arrependido, me procurou chorando. Orei com ele e o aconselhei a procurar seu antigo pastor e a retornar para a igreja da qual havia saído, coisa que ele fez.

Aquele crente jamais falou em “línguas”, nunca “curou” alguém pela imposição de suas mãos, nunca recebeu nenhuma nova “profecia”, nem realizou algum outro sinal, porém, ao estudar sua Bíblia transformou-se num excelente crente e num ótimo evangelista. Ele descobriu que não precisava falar na “língua dos anjos”, mas comunicar o evangelho na língua dos homens (v. 8), e o Espírito o revestiu de poder para isso.

Há muita gente procurando “vento” e “fogo” como evidência da manifestação do Espírito Santo, no entanto, certos fenômenos e certas demonstrações de poder podem vir de outras fontes:“Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos”; “Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo. E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz” (Mateus 24:24; 2 Coríntios 11:13,14 — grifos do autor).

O Pai da mentira e seus servos podem realizar “grandes sinais e prodígios”; podem enganar a muitos produzindo coisas extraordinárias, mas sua obra não resistirá à prova.

Vidas cheias de poder são as que verdadeiramente pertencem e se sujeitam ao Espírito de Deus, as demais, independente de suas realizações, são vidas vazias. Pense nisso!

Livros teológicos?

livros teológicos