Tenhamos sempre em mente que as aflições são bênçãos se nos servem como disciplina, se nos levam ao quebrantamento, se nos conduzem ao quarto de oração
“Eu disse: Guardarei os meus caminhos para não pecar com a minha língua; guardarei a boca com um freio, enquanto o ímpio estiver diante de mim… Ouve, Senhor, a minha oração, e inclina os teus ouvidos ao meu clamor; não te cales perante as minhas lágrimas.” (Salmos 39:1,12 – Leia todo o salmo)
O salmista está abatido. Seus pensamentos estão carregados, talvez de questionamentos e dúvidas acerca de Deus e outras coisas que, se exteriorizadas, podem escandalizar.
Na estrada da vida há declives. Ninguém está imune às tristezas, e nem à depressão. Diante de situações adversas, de sofrimentos extremos, de dolorosas provações, não é incomum que pessoas questionem o silêncio, a ação, ou a permissão de Deus quando suas expectativas são frustradas. Pode parecer que Ele tarda em socorrer, que não ouve as súplicas, que está ausente quando o pior acontece. “Onde Deus estava?”, “Por que Ele permitiu que isso acontecesse?”, “Por que não mandou o livramento?”, perguntam. Isso é de nossa humanidade, é fraqueza nossa.
Davi propôs em seu coração colocar um freio em sua boca, de não dizer nada diante dos ímpios. Mattew Henri diz que “devemos nos lembrar que eles vigiam as nossas palavras e as modificam, se puderem, para nossa desvantagem.” De fato, toda palavra impensada, precipitada e inconsequente que dissermos, e até nossos lamentos poderão ser usados contra nós. Por isso, em certos momentos, o silêncio é preciosíssimo, ainda que agrave a nossa dor (v. 2).
Há hora de calar, e hora de falar. O salmista, quando falou, falou com Deus. Enquanto orava percebeu sua fragilidade, também viu que a força e a glória humana não passa de vaidade. Ele entendeu as consequências de suas iniquidades, suplicou por alívio, e colocou sua esperança no Senhor. Percebeu que não é Deus quem nos lança em sofrimento, que se ausenta e nos abandona, mas que é o pecado que como a traça nos corrói e faz de nossa vida um sopro (v. 11). As aflições são bênçãos se nos servem como disciplina, se nos levam ao quebrantamento, se nos conduzem ao quarto de oração. Pense nisso!
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