Seria o “amor” como religião suficiente para reconciliar o homem com Deus? Neste caso, qual o papel de Jesus nesta chamada “religião do amor”?
“Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.” (Romanos 5:10)
Pr. Cleber Montes Moreira
Pastores lacradores gostam de usar frases de efeito. Esses dias um deles escreveu um texto cheio de expressões da Teologia Inclusiva e, dentre outras coisas, afirmou: “Nossa religião é o amor”. Esta mesma afirmação já foi feita por outros evangélicos, mas também por médiuns, filósofos e até ateus. Um twitteiro postou: “Minha religião é o amor, e eu não sigo regras, sigo meu coração.” Uma blogueira escreveu: “Faça do amor também sua religião!” Num texto de exaltação a Santa Sara Kali (padroeira dos ciganos), o articulista escreveu: “Sabiamente seus seguidores ensinam ‘Nossa religião é o Amor!’, pois a felicidade destas pessoas é viver sem prisões ou rótulos…” Um pastor inclusivo, já falecido, num de seus sermões declarou: “Nossa igreja é a igreja do amor”. Um outro escreveu um livro em que apresenta o amor como “uma atitude política revolucionária”, onde trata da ética a partir desse “amor” e não da Palavra de Deus, pelo menos não a partir de sua interpretação tradicional. Esses pastores consideram que é preciso “romper com o tradicionalismo moralístico envernizado de fé cristã”, modo como tratam a fé daqueles que consideram “tradicionalistas”, “moralistas”, “intolerantes” etc. Tudo o que se opõe ao discurso do “amor” é considerado como expressão de ódio. Eles dizem que “o amor é libertário”, porém tal “liberdade” nada mais é que permissividade, uma vez que este “amor” tudo consente. Prova disso é o que afirma Alexandre Feitosa em seu livro “O Prêmio do Amor” (Editora Oásis), páginas 41 e 42: “Não há argumentos que tornem ilegítimas as uniões homoafetivas diante das Escrituras visto que contra o amor não há lei!” Assim a “religião do amor” é a religião do “tudo pode” — desde que feito com ou por “amor” —, daqueles que “convertem em dissolução a graça de Deus” (Judas 1:4).
Considerando a etimologia da palavra religião, afirmar que “nossa religião é o amor” significa dizer que o homem é (re)ligado a Deus pelo “amor”, ou, pelo menos, pelo que consideram ser o “amor”. Assim o “amor” é tido como elemento que viabiliza a salvação. Talvez por isso certo pregador tenha dito que se alguém é capaz de amar, não importando se religioso ou ateu, nem a sua condição moral etc., esta pessoa está salva. Em outras palavras, se alguém é capaz de amar, mesmo que não confesse Cristo como seu Senhor e Salvador, mesmo que não tenha a experiência do arrependimento e do novo nascimento, e ainda que não viva orientado pelo Espírito de Deus (Lucas 3:8; Gálatas 5:16) está salvo. Apesar de condenarem o “tradicionalismo”, os pregadores inclusivos seguem uma nova (mas antiga) tradição que como o religiosismo judaico invalida as Escrituras: “Vocês estão sempre encontrando uma boa maneira para pôr de lado os mandamentos de Deus, a fim de obedecer às suas tradições!” (Marcos 7:9 — NVI).
Porque no discurso e na prática os teólogos inclusivos consideram a suficiência do amor para (re)ligar a pessoa a Deus, Jesus Cristo passou a ocupar em sua teologia um lugar “estético”, de coadjuvante, muitas vezes exercendo papel de defensor dos “excluídos”. Eles não somente desprezam o Salvador e recusam o evangelho genuíno como único poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Romanos 1:16), mas também a Bíblia como normativa para a vida cristã por considerarem certos textos “opressores” e/ou “interditivos”.
O verdadeiro amor é fruto da vida com Deus, e não instrumento de salvação. Jesus Cristo continua sendo, e sempre será, o único nome, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos (Atos 4:12). Apenas Ele tem o poder para reconciliar — (re)ligar — o homem com Deus (Romanos 5:10). Portanto, dizer que “nossa religião é o amor” pode até ser um discurso bonito, mas é estratégia do diabo para enredar pessoas. Pense nisso!
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