Enquanto aqueles que deveriam zelar pela sã doutrina, a pretexto de respeito, “amor” e tolerância dialogam com inimigos da fé, eis que surge uma geração que não conhece a Deus
Imagem: Pixabay |
Pr. Cleber Montes Moreira
Luz e Trevas viviam em guerra, e sempre travavam violentas batalhas. A Luz sempre usava as armas da verdade, e por isso prevalecia contra as Trevas que tinham como principal instrumento a mentira. Não importando as estratégias das Trevas, todas as suas armadilhas, mordacidade, artimanhas, calúnias etc., a Luz, de posse da verdade, sempre vencia os combates.
Certa feita, num tempo de aparente trégua, enquanto as Trevas planejavam um novo ataque, a Luz começou a observá-las com olhar bondoso. Pensou se em toda aquela densa escuridão não haveria alguma virtude escondida e, que talvez, as Trevas não fossem totalmente más. Após refletir por algum tempo sobre esta probabilidade, a Luz, cheia de boas intenções, intentou aproximar-se das Trevas para conhecê-las melhor e, quem sabe, descobrir algo de bom até então encoberto.
Foi assim que a Luz, com sincera disposição, resolveu convidar as Trevas para um café. As Trevas desconfiaram do convite inusitado, mas, considerando o caráter íntegro da Luz, resolveram que aquela seria uma grande oportunidade. Então, numa noite muito escura — porque as Trevas fogem da Luz — ambas se encontraram. As Trevas foram com sua vestimenta habitual, mas a luz, para não contrariar as Trevas, numa gesto de boa vontade, vestiu-se toda de preto. Esta foi a primeira vez que a Luz usou aquelas roupas. Durante o café conversaram sobre vários temas, e decidiram que deveriam marcar outros encontros para dialogarem mais sobre suas diferenças — talvez pudessem, por meio do respeito e do diálogo, acabarem com as hostilidades. Desde então a Luz decidiu que, além de vestimentas que não ofendessem as Trevas, teria de usar outros instrumentos além da verdade, que deveria agir com mais amor e tolerância, pois do contrário não haveria chance para a paz.
Outros encontros aconteceram, até que a Luz se encantou pelas Trevas. Inimigas históricas, agora Luz e Trevas não apenas se tornaram amigas, mas parceiras e, por fim, amantes. Não demorou muito e desta união nasceu o Fusco (lusco-fusco). No DNA características herdadas dos pais indicavam um ponto de equilíbrio entre as forças antes antagônicas: nem totalmente Luz, nem totalmente Trevas; nem totalmente verdade, nem totalmente mentira; nem totalmente bom, nem totalmente mau (…). O Lusco era o que faltava para dar ainda mais sentido àquele relacionamento.
Este “jugo desigual”, casamento entre Luz e Trevas (luz que não é luz) é uma realidade no meio religioso. Muitos pseudos cristãos, em particular no meio evangélico, têm levantado a bandeira do “amor”, respeito e diálogo com os divergentes. Na mesa temas como aborto, ideologia de gênero, ingresso de LGBTs na membresia das igrejas, feminismo, teologia negra etc. Padres católicos, representantes afro-religiosos, líderes islâmicos, dentre outros, falam em templos evangélicos. Pastores defensores da Teologia Inclusiva palestram em igrejas de denominações históricas, até então consideradas conservadoras. Lembro-me de um convite que circulou pelas redes sociais para uma palestra de uma transexual numa igreja evangélica. Em outro evento, um pastor inclusivo, militante de um partido político radical, esteve pregando e divulgando seu livro numa igreja de uma denominação histórica. Nesta mesma igreja, em outra data, uma pastora luterana, defensora do aborto, conferenciou. Numa Faculdade Teológica de uma denominação conservadora, a pretexto de “diálogo inter-religioso”, aconteceu uma “aula esclarecedora” com um líder de uma religião que abriga grupos radicais que têm por “hobby” decapitar cristãos, isso sem falar no modo como tratam as mulheres e as crianças. Já não é incomum que apareçam em vídeos de campanhas religiosas (evangélicas) homens com aspecto feminilizado. As lideranças observam tais ocorrências passivamente, não sei se por indiferença, frouxidão, posicionamento politicamente correto, ou por alinhamento de convicções.
Pelo que vejo, Luz e Trevas têm gerado muitos filhos… Não são filhos da luz, mas filhos da Luz (que não é luz) com as Trevas (como se isso fosse possível). Uma geração de “fuscos” tem se formado, e é ela que, se nada for feito, estará à frente de seminários e faculdades confessionais, nas lideranças denominacionais, no pastoreio de jovens, de igrejas, e em outras posições estratégicas. E tudo isso enquanto aqueles que deveriam guardar as portas, a pretexto de respeito, “amor” e tolerância, dialogam com inimigos sobre assuntos, princípios e doutrinas que deveriam ser inegociáveis.
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