“E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra.” (Apocalipse 22:12)
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Imagem gerada por AI |
Certa ocasião, um pastor me contou, frustrado, que passou o Dia do Pastor sem ser lembrado — sem uma única menção da igreja. Outro, uma vez, me confidenciou que a igreja só se lembrou da data no culto da noite. Então, alguém teve a ideia de embrulhar uma caixa vazia com papel de presente e entregá-la simbolicamente, com a promessa de, durante a semana, comprar-lhe algo — o que nunca aconteceu.
Diante desses relatos, lembrei-me de uma história sobre um pastor esquecido, que passo a compartilhar:
Era o segundo domingo de junho — Dia do Pastor. O pastor Elias acordou cedo, fez sua devocional como de costume, folheou mais uma vez a revista da EBD, revisou suas anotações para o sermão e checou o grupo de WhatsApp da igreja: nenhuma mensagem sobre a data. Ao longo do dia, nenhum telefonema, nenhuma lembrança, nenhum cartão…
À noite, chegou à igreja, cumprimentou os irmãos, pregou com entusiasmo e se despediu da congregação — nem um “parabéns”.
De volta para casa, conversando com sua esposa, desabafou: aquele havia sido o dia mais triste de seu ministério. Sentia-se esquecido, irrelevante. Será que havia falhado com o rebanho?
Pouco antes de se deitar, ainda imerso em pensamentos sombrios, ouviu a campainha. Ao abrir a porta, deparou-se com uma adolescente em lágrimas:
— Pastor… hoje eu tinha decidido desistir da vida. Mas, ao passar em frente ao templo, ouvi o som do culto e entrei. Suas palavras mexeram comigo. Eu não me sinto amada pela minha família… moro só com minha mãe. Meu pai, viciado em drogas, está desaparecido há dois anos. Mas hoje eu entendi que Deus me ama. O senhor pode orar por mim?
Os olhos de Elias se encheram de lágrimas. Convidou a moça para entrar, ouviu sua história e, junto com Maria, sua esposa, orou com ela. Ofereceram apoio e marcaram uma visita.
Naquela noite, todos os pensamentos de fracasso se calaram. A igreja pode até ter se esquecido, mas Deus não. O dia que parecia ser o mais triste de seu ministério tornou-se inesquecível.
Embora para muitos o Dia do Pastor seja repleto de homenagens, há inúmeros obreiros esquecidos: pastores aposentados, doentes, que não recebem visitas nem cuidado; outros, em plena atividade, mas sem sustento digno, sem reconhecimento, sem apoio real. Há ainda homenagens meramente simbólicas, que não expressam o verdadeiro sentimento da igreja.
Mas isso não diminui o valor do ministério. Vidas salvas do suicídio, divórcios evitados, jovens que deixaram o mau caminho, corações restaurados, almas arrependidas que se renderam a Cristo — essas são recompensas cujo valor é imensurável!
Se você é um desses pastores cansados e invisíveis, console-se com a doce promessa do Senhor: “E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra.”
Oração
Senhor Deus, obrigado por cada pastor que honra o Teu chamado. Abençoa aqueles que, mesmo esquecidos pelos homens, permanecem fiéis. Que o Senhor os sustente, fortaleça, console e lembre a cada um do galardão que lhes está guardado. Em nome de Jesus, amém.