A Palavra

sexta-feira, 29 de março de 2024

Cristo, a Nossa Páscoa

Da Antiga à Nova Aliança: Celebrando Cristo, a Nossa Páscoa

Páscoa
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Pr. Cleber Montes Moreira

“…Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós.”
(1 Coríntios 5:7)

Os judeus celebram a Páscoa, segundo suas tradições. Em várias partes do mundo, outra “Páscoa” é celebrada com coelhos, ovos de chocolate, presentes e outras coisas que fomentam o comércio. Mas, que “Páscoa” é essa que não encontramos na Bíblia? E os cristãos, o que celebram?

1. Páscoa, o início: O Êxodo do Egito (Êxodo 12-14)

A história da Páscoa inicia com a libertação do povo de Israel da escravidão no Egito. Deus instruiu Moisés a ordenar que cada família israelita sacrificasse um cordeiro sem defeito e marcasse suas portas com o sangue do animal. O anjo da morte passaria pelas casas, mas ao ver o sangue, “passaria por cima” (Êxodo 12:27). Essa noite ficou conhecida como a “Páscoa” (em hebraico, “Pessach”), que significa “passagem”. A Páscoa se tornou um memorial anual da libertação do povo e da poderosa intervenção de Deus.

2. A Celebração anual da Páscoa pelos judeus (Êxodo 13:3-10; Deuteronômio 16:1-8; Números 9:1-14)

A Páscoa era uma das festas mais importantes do calendário judaico. A celebração durava sete dias e incluía:

(1) Sacrifício do cordeiro pascal:

O cordeiro era imolado no Templo em Jerusalém e seu sangue aspergido no altar.

(2) Ceia pascal:

Uma refeição especial era realizada em família, comendo cordeiro assado, pães ázimos e ervas amargas. Jesus celebrou a Páscoa com seus discípulos (Mateus 26:17-30).

(3) Narrativa da história do Êxodo:

A história da libertação do Egito era contada e relembrada pelas novas gerações.

(4) Festa e alegria:

A Páscoa era um tempo de grande alegria e celebração da liberdade e da proteção de Deus.

3. A Páscoa judaica apontava para Cristo, o Cordeiro de Deus (João 1:29, 1 Coríntios 5:7)

O cordeiro pascal sacrificado na Páscoa apontava para Jesus Cristo, o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1:29). Jesus, como o cordeiro perfeito, foi “sacrificado” na cruz, uma vez e para sempre, morrendo em nosso lugar pelos nossos pecados.

A Páscoa judaica, como sombra de um evento futuro (Hebreus 10:1), ficou para trás, pois esse evento se cumpriu na pessoa de Jesus Cristo. Observemos que ao comer a Páscoa com os discípulos (Mateus 26:17-30), Jesus tira o foco da Páscoa judaica e o coloca sobre si e sua obra na cruz, e apresenta aos discípulos novos elementos que simbolizavam o seu sacrifício: O pão que representa o seu corpo, e o conteúdo do cálice representando seu sangue vertido na cruz (vv. 26-28). Como igreja não temos uma ordem para celebrarmos a Páscoa, mas sim para celebrarmos a Ceia do Senhor (Lucas 22:19,20; 1 Coríntios 11:24-26).

Ao contrário dos judeus que celebravam a Páscoa anualmente, sacrificando um cordeiro e cumprindo todos os rituais daquela celebração (Hebreus 10:3), os cristãos não devem fazê-lo, uma vez que “Cristo, nossa Páscoa” (1 Coríntios 5:7), o cordeiro perfeito providenciado por Deus, satisfez plenamente a justiça divina, não sendo possível que ele seja novamente dado em sacrifício, pois este foi único e eficaz (Hebreus 10:12). Agora nem cordeiro pascal sacrificado anualmente, nem mais holocaustos pelos pecados, porque enquanto aqueles sacrifícios eram insuficientes, Cristo se ofereceu uma única vez para tirar nossos pecados (Hebreus 9:28).

4. O que celebramos, afinal?

a) Não Celebramos a Páscoa Judaica:

Como cristãos, não celebramos a Páscoa judaica com seus rituais e costumes, pois reconhecemos que ela apontava para Cristo, e Ele já veio e foi sacrificado por nós, não havendo mais necessidade de outros sacrifícios;

b) Não Celebramos tradições sem Fundamento bíblico:

Também não celebramos a Páscoa da tradição com coelhos, ovos de chocolate etc. Porque, dentre outros motivos, ela corrompe o entendimento das pessoas, especialmente de nossas crianças, afastando-as da verdade bíblica por negar o evento do Êxodo, da celebração anual judaica e da cruz.

c) Celebramos Cristo, Nossa Páscoa (1 Coríntios 5:7):

Nossa Páscoa é Cristo! Celebramos a sua morte sacrificial na cruz e sua ressurreição pela qual Ele nos dá a vida eterna. E isso fazemos quando observamos a ordenança da Ceia do Senhor. Ao celebrá-la, recordamos que o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo foi entregue para morrer na cruz em nosso lugar, e anunciamos sua morte até que venha (1 Coríntios 11:26).

A páscoa era um evento histórico e símbolo do pacto entre Deus e Israel. A Ceia é o “novo testamento” (pacto, aliança), entre o Senhor e sua Igreja (Lucas 22:20; 1 Coríntios 11:25). Agora não mais cordeiros, mas o Cordeiro; não mais a páscoa, mas a Ceia do Senhor. Não vivemos mais nas “sombras” das coisas que viriam (Hebreus 10:1), mas na luz que já veio: Cristo! (João 1:4,9; 8:12; 12:46).

Para refletir

A Páscoa dos judeus tem importância histórica e religiosa para aquele povo, e também para nós como um evento que aponta para Cristo. A Páscoa da tradição tem importância para o comércio, pois fomenta as vendas e aumenta os lucros, mas é antibíblica e anticristã, não devendo ser celebrada por nós. Portanto, como discípulos de Jesus e orientados por Sua Palavra, celebramos a Ceia do Senhor, anunciando sua morte e ressurreição até que Ele venha.

sábado, 16 de março de 2024

Os Cristãos nas Redes Sociais: Conselhos para uma Conduta Cristã Online

Presença Cristã no Ciberespaço: A Responsabilidade do Testemunho no Ambiente Virtual

Cristãos e as redes sociais
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Pr. Cleber Montes Moreira

“Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.” (Mateus 5:16)

Talvez você ainda não tenha percebido, mas as redes sociais podem revelar mais sobre você do que imagina. Sua vida pode estar tão exposta que pessoas que não têm contato real e próximo com você saibam mais a seu respeito do que deveriam.

O ambiente virtual tornou-se uma parte essencial da vida moderna, e a maneira como nos apresentamos nele pode ter um impacto significativo em como somos percebidos pelos outros. Embora muitos possam se esconder nas redes, representando ser quem não são, ou mesmo revelando uma dupla personalidade, de modo geral, nossas postagens podem revelar muito sobre nosso caráter, incluindo nossos valores, crenças, preferências, interesses e personalidade.

Diversos estudos sugerem que as postagens em redes sociais podem oferecer pistas sobre o caráter de alguém. Sendo até mesmo possível conhecê-las melhor pelo que postam do que pessoalmente, uma vez que no ambiente virtual elas se sentem livres para expor seus valores, paixões, anseios, problemas, frustrações e até mesmo sua intimidade sem observar importantes limites de segurança. Ao postarem sobre uma viagem de férias, por exemplo, podem inadvertidamente avisar a arrombadores que não estão em casa, dando, sem perceber, sinal verde para roubos e invasões.

Em uma ocasião, por causa de uma postagem de uma conhecida, disse à minha esposa que o casamento dela não estava indo bem. Não demorou muito, e o divórcio aconteceu. Embora não seja regra, em muitos casos é possível fazer uma leitura real dos sentimentos e realidades de certas pessoas, e até mesmo prever certas decisões e “caminhos” que elas tendem a tomar.

Um rapaz cristão iniciou um namoro com uma jovem da mesma igreja. Ela parecia ser uma boa moça, íntegra, e o tipo de pessoa pela qual alguém que deseja casar com “uma mulher de Deus” se interessaria. No entanto, ao observar seu perfil no Facebook, ele concluiu que ela não era genuinamente convertida e terminou o namoro. Naquele ambiente virtual, ele pôde conhecer traços da personalidade da moça até então ocultos.

Se o caráter de muitos pode ser conhecido nas redes sociais, há também aqueles que simulam ser o que não são. Conheço uma pessoa que gosta de publicar vídeos do culto de sua igreja, onde é líder de louvor e às vezes também prega. Essa pessoa gosta de falar sobre suas “vitórias”, milagres experimentados, de ostentar autoridade espiritual e, com esse expediente, acaba promovendo sua imagem demonstrando ser alguém que não é. Certa ocasião, um credor comentou em uma de suas postagens, cobrando uma dívida. Ela é má pagadora: nas redes sociais, santa. Na vida real, escandaliza com seu péssimo testemunho.

Os cristãos devem fazer uso das redes sociais com sabedoria e prudência. Deixo aqui alguns conselhos básicos:

1. Se você é um cristão, deixe que as pessoas que te seguem nas redes sociais saibam disso, e que suas postagens estejam alinhadas com aquilo que você é em Cristo (2 Coríntios 5:17; Colossenses 2:6; 4:5; Gálatas 5:16);

2. Não exponha sua vida afetiva nas redes sociais. Problemas familiares ou de relacionamento conjugal devem ser tratados pelas partes envolvidas, e não expostos publicamente (Provérbios 4:23);

3. Não exponha sua carência afetiva. Especialmente mulheres têm facilidade de expor sua carência e muitas acabam se tornando vítimas de “golpistas do amor”;

4. Não exponha seu corpo. É mais comum do que deveria que pessoas que se dizem cristãs postem fotos ousadas e sensuais, exibindo seus corpos em redes sociais. Esse comportamento não valoriza ninguém e pode revelar fragilidade, carência afetiva e/ou necessidade de autoafirmação. Para certos observadores, isso soa como “produto na banca de promoção” — quando certos produtos não vendem, então eles precisam de exposição e de descontos tentadores. Isso não combina com ninguém, ainda menos com um cristão (1 Coríntios 6:19-20).

5. Preserve a pureza de sua mente, cuide do que seus olhos veem. Cuidado para não consumir nem compartilhar textos, notícias, fotos ou vídeos que promovam a impureza. “Não porei coisa má diante dos meus olhos…” (Salmos 101:3. Leia também Filipenses 4:8);

6. Cuidado com a linguagem. A boca de um cristão, bem como suas palavras nas redes sociais, devem ser santas e irrepreensíveis (Efésios 4:29; Provérbios 4:24);

7. Não acredite em tudo o que lê e vê. Há muitas “fake news” plantadas com propósitos obscuros. Vivemos na era dos “assassinatos de reputações”. Uma mentira que se espalha é como penas ao vento: você não consegue recolhê-las mais (Provérbios 14:15);

8. Jamais minta! O ambiente virtual é propício para mentiras e enganos. Mas, você é um cristão e deve agir como tal em qualquer ambiente (Efésios 4:25);

9. Evite enviar “indiretas” e/ou “recadinhos”. Esse é um péssimo hábito de alguns. Se não pode resolver suas diferenças com alguém pessoalmente, não tente fazê-lo no ambiente das redes sociais (Mateus 18:15).

10. Lembre-se de que você é livre para expressar suas opiniões sobre quaisquer assuntos. Mas faça-o com prudência e sabedoria (Provérbios 15:2);

11. Tenha em mente que toda tecnologia é boa ou má conforme o uso que lhe atribuímos. É você quem está no controle, portanto, utilize-a para o bem, para conectar-se mais facilmente com familiares e amigos, para fazer novas boas amizades, para a edificação, para a evangelização etc.;

12. Administre bem o seu tempo. Você não pode viver no mundo virtual e desprezar a realidade à sua volta. O vício das redes sociais pode levar pessoas ao que não é seu propósito original, que é a interação e não o isolamento, afetar o relacionamento familiar, bem como atrapalhar sua vida devocional. John Piper nos adverte com essas palavras: “Uma das maiores utilidades do Twitter e do Facebook será provar no Último Dia que a falta de oração não era por falta de tempo”. Em Efésios 5:15-16 temos um excelente princípio que devemos observar.

13. Lembre-se do conselho de Paulo: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma.” E outra vez: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam” (1 Coríntios 6:12; 10:23). Que todas as suas postagens passem pelo crivo da coerência!

14. Ensine, imponha limites e monitore seus filhos nas redes sociais (Provérbios 4:1; 22:6);

Lembremo-nos sempre das palavras de Jesus em Mateus 5:16: “Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus.” Que nosso comportamento, também nas redes sociais, possa refletir a luz de Cristo e glorificar a Deus.

quinta-feira, 7 de março de 2024

Conversão: Mudando de Caminho para Andar com Cristo

De Volta ao Caminho Certo: Uma Reflexão sobre o Significado e a Necessidade da Conversão

Retorno obrigatório
Imagem: Retorno obrigatório

Pr. Cleber Montes Moreira

“E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.”
(Atos 12:10,11)

No contexto do cristianismo, “conversão” é um termo usado para descrever a mudança radical que ocorre no coração e na mente de uma pessoa ao reconhecer que está, espiritualmente, no caminho errado, que leva à perdição e, arrependida, se volta para Deus. É uma transformação espiritual que envolve a renúncia ao pecado e a aceitação de Jesus Cristo como Senhor e Salvador. É de grandeza tal que o próprio Jesus a comparou ao “nascer de novo” (João 3:3), sendo a única forma de alguém entrar para o Reino de Deus.

Na Bíblia há vários exemplos da conversão, dentre os quais destaco alguns:

(1) A conversão de Zaqueu é narrada em Lucas 19:1-10. Ele era um cobrador de impostos e, como tal, considerado pelos judeus entre os piores pecadores. Zaqueu subiu em uma árvore para ver Jesus, que o viu e foi até sua casa. Zaqueu foi salvo, e Jesus disse: “Hoje veio a salvação a esta casa, pois também este é filho de Abraão” (Lucas 19:9).

(2) Uma mulher conhecida apenas como “samaritana” (João 4:4-42) tinha uma vida imoral e convicções religiosas equivocadas herdadas de seus antepassados. Uma mulher malvista, sem expectativas e cuja vida não tinha sentido. Ao ouvir Jesus e conhecê-lo, sua vida foi transformada: ela fez uma “conversão” de seu caminho errado para andar no caminho certo, ou seja, abandonou sua vida de pecado para viver a nova vida que Jesus oferece. Além disso, ela se tornou uma excelente evangelista.

(3) O etíope, mordomo da rainha de Candace, era um homem sincero que buscava adorar a Deus, mas ainda não havia experimentado a verdadeira conversão (Atos 8:26-39). Apesar de ser uma boa pessoa, ele estava caminhando para a perdição. Ao ouvir a Palavra de Deus, explicada por Filipe, ele não somente a compreendeu, mas também fez uma “conversão” espiritual, abandonando o caminho em que andava para seguir Jesus. No mesmo instante, pediu para ser batizado, parou o carro e desceu às águas com Filipe, que o batizou.

(4) Saulo era muito zeloso de suas tradições religiosas. Ele consentia na morte dos crentes, pensando prestar um serviço a Deus. Um dia, teve um encontro com Jesus na estrada de Damasco e fez uma “conversão” (Atos 9:1-30). A partir daquele dia, deixou de ser um perseguidor dos discípulos, passando a ser um deles. Ele dedicou toda a sua vida para anunciar o evangelho pelo mundo, e sofreu por amor a Cristo.

Muitas pessoas são zelosas da religião que receberam de seus pais, mas estão perdidas. Elas também precisam conhecer a Jesus e fazer uma “conversão”, ou seja, deixar o caminho em que estão para seguir Jesus (Atos 4:12).

A humanidade pecou e se afastou de Deus. A Bíblia nos diz que todas as pessoas, desde Adão, são pecadoras: “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram” (Romanos 5:12). Talvez você discorde dessa afirmação e diga que não é um pecador, mas a Bíblia também declara: “Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só […] Porque todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Romanos 3:10-12,23). Talvez você ainda insista em discordar e apresentar algumas evidências de bondade e justiça em sua vida, mas a Palavra de Deus outra vez afirma: “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades, como um vento, nos arrebatam” (Isaías 64:6). E essa é a razão pela qual todos precisam fazer uma “conversão”: porque, por causa do pecado, todos estão num caminho contrário ao caminho de Deus, indo para a eternidade sem Ele. Portanto, é hora de mudar de direção e caminhar pelo “novo e vivo caminho” que é Cristo, sem o qual ninguém pode ir até Deus (João 14:6; Hebreus 10:20).

Em uma certa ocasião, ao conversar com alguém sobre a necessidade de entregar sua vida a Cristo como Senhor e Salvador, essa pessoa respondeu: “Meus avós e meus pais pertenciam àquela religião, e eu morrerei nessa mesma religião.” No entanto, essa postura é irracional, pois, embora possamos admirar e imitar nossos pais e avós em muitos aspectos, eles também cometeram erros. Mais importante ainda, nem eles nem a religião que praticavam têm o poder de nos salvar, já que existe apenas um Salvador, que é Jesus Cristo. Portanto, devemos aspirar a ser como Cristo, que é o nosso exemplo em tudo. Em outra ocasião, ao convidar uma pessoa a confiar em Jesus para sua salvação, ela perguntou: “Eu teria que mudar de religião?” A questão real é se a sua religião tem o poder de salvá-lo, e a resposta é definitivamente não! A Bíblia nos diz que somente Jesus pode nos salvar. Assim, se a religião de alguém o afasta de Cristo ou o faz confiar em outra pessoa além de Cristo, essa é uma religião enganosa. Está escrito: “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (Atos 4:12).

O sábio escreveu: “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte” (Provérbios 14:12). Não basta caminhar por um caminho que “parece direito” aos olhos humanos, é preciso andar pelo caminho certo.

Se você confia em alguém, em uma religião ou em qualquer outra coisa para alcançar a salvação; se está apegado a alguma crença que não seja a fé exclusiva em Cristo, que o leva a entregar sua vida de forma total e incondicional a Ele, então é necessário mudar sua mente. Você precisa realizar uma “conversão”, isto é, deixar de acreditar naquilo que até agora vinha acreditando para crer somente no Filho de Deus, porque só Ele veio ao mundo e morreu na cruz em seu lugar, e começar a caminhar com Ele. Jesus disse: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João 14:6).

Você já fez a conversão de seu próprio caminho para o caminho que verdadeiramente te leva para a vida eterna com Deus? Pense nisso!

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

A mentalidade cristã no casamento: o desafio de ser contracultural

Desafiando os padrões do mundo: construindo um casamento sólido segundo os princípios da Palavra de Deus

Casal feliz lendo a Bíblia
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Pr. Cleber Montes Moreira

“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12:2)

Os casais que fundamentam seu relacionamento nos valores vigentes da sociedade não são, de fato, saudáveis.

Em nossa cultura, o casamento e a família não são valorizados, e o divórcio é uma prática aceitável e, muitas vezes, desejável. Afinal, é mais fácil jogar fora o que estragou do que lutar para consertar. Além do mais, os relacionamentos são movidos frequentemente por desejos egoístas, e as pessoas, consideradas descartáveis, logo são substituídas quando não podem mais satisfazer seus cônjuges. Foi-se a beleza, acaba o relacionamento. Se há interesses financeiros envolvidos, então a máxima é “até que o dinheiro, ou a falta dele, os separe”. Ser fiel na alegria ou na dor, na saúde ou na enfermidade, na abundância ou na escassez, na paz ou nas adversidades etc., soa mal quando as pessoas querem dividir apenas as coisas boas.

Essa mentalidade é contrária ao propósito de Deus para o casamento, que é uma aliança sagrada e indissolúvel entre um homem e uma mulher, que reflete o amor de Cristo pela sua igreja (Efésios 5:25,31-32). O casamento no Senhor não é um contrato humano que pode ser rompido por qualquer motivo, mas um pacto que só pode ser desfeito pela morte (Mateus 19:6). Não é alimentado por sentimentos passageiros, mas por amor altruísta que leva ao compromisso incondicional e sacrificial (Colossenses 3:18-19). Não é uma forma egoísta de obter prazer, mas o plano do Criador para que o homem e a mulher se completem (1 Coríntios 7:3-5) e glorifiquem a Deus.

Quem deseja um casamento saudável, de verdade, precisa adotar uma postura contracultural. Lembremo-nos de que o princípio ensinado por Paulo em Romanos 12:2 se aplica a todas as áreas da vida. Isso significa estar disposto a ser e fazer coisas que os outros não querem fazer; a cultivar os valores da Palavra de Deus, e não seguir os padrões dessa sociedade corrompida. Aqueles que se baseiam no sistema de valores temporais cultivam relacionamentos instáveis; enquanto aqueles que vivem segundo os valores do reino de Deus não se deixam ser inconstantes.

Para isso, é necessário buscar a sabedoria de Deus, que é pura, pacífica, amável, imparcial e sincera (Tiago 3:17). É preciso também contar com a graça de Deus, que nos capacita a vencer as tentações, as dificuldades e os conflitos que surgem no casamento (2 Coríntios 12:9).

Um casal que deseja um casamento duradouro e feliz precisa alinhar a sua mente aos ensinamentos da Palavra de Deus. Isso é difícil, na verdade, impossível para pessoas não salvas. Portanto, se você é solteiro, não se prenda a um “jugo desigual” com incrédulos. Pois como pode haver comunhão entre a luz e as trevas, entre Cristo e Belial, entre o templo de Deus e os ídolos? (2 Coríntios 6:14-16). Logo, se você deseja um casamento abençoado, precisa primeiro viver em comunhão íntima com Deus. Somente assim você poderá experimentar o verdadeiro amor, que provém dele e se manifesta em nós pelo seu Espírito Santo (Romanos 5:5). Por meio do Seu amor, aprendemos a amar como Ele nos ama. Em outras palavras, é através da nossa experiência com Ele que “a mente de Cristo” se desenvolve em nós e passa a governar nossa vida (1 Coríntios 2:16).

Ter uma mentalidade cristã saudável é indispensável para a construção de um casamento sólido. Não devemos nos conformar com os padrões deste mundo, mas buscar ser transformados diariamente pela Palavra de Deus, pela renovação do nosso entendimento, que nos leva à experiência de Sua boa, agradável e perfeita vontade (Romanos 12:2). Isso é indispensável para vivermos em harmonia, respeito, fidelidade, perdão e alegria com o nosso cônjuge, honrando a Deus e sendo testemunhas do seu amor ao mundo.

Livros teológicos?

livros teológicos